25 de Abril de 2024

Brumadinho pode ter surtos de dengue e febre amarela

Quarta-feira, 06 de Fevereiro de 2019 - 06:10 | Redação

imagem
Brumadinho pode ter surtos de dengue e febre amarela

Além das vidas perdidas, dos desabrigados e do desastre ambiental, a cidade de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pode passar por outra crise após o rompimento de uma barragem da empresa Vale. De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o município pode apresentar sérios problemas na área de saúde.

De acordo com a pesquisa, existe a possibilidade de surtos de doenças infecciosas como dengue, febre amarela e esquistossomose, além do agravamento de problemas crônicos de saúde, como hipertensão, diabetes e doenças mentais em Brumadinho.

Segundo a fundação, a contaminação do rio pelos rejeitos de minério faz com que as pessoas passem a armazenar água dentro de casa de maneira incorreta, dando oportunidade para a proliferação de mosquitos que espalham doenças como a dengue e a febre amarela.

O consumo da água o de alimentos contaminados também podem causar sintomas como diarréia e dores estomacais. A fundação alerta que essa contaminação também pode acontecer pelo ar.

Sobre o agravamento as doenças crônicas, o instituto observa que o número aumentou em tragédias parecidas.

"Um aumento de casos de acidentes vascular-cerebrais foi observado após as enchentes de Santa Catarina em 2008 e do acidente de Fukujima, Japão, mesmo depois de meses dos eventos disparadores. Estes casos podem ser consequências tanto de situações de estresse e transtornos pós-traumáticos, quanto da perda de vínculo com os sistemas de atenção básica de saúde. Neste sentido, as doenças mentais decorrentes de grandes desastres ambientais podem ser sentidas alguns anos após o evento traumático, como relatado em Mariana", destacou Christovam Barcellos, pesquisador titular do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Lis/Icict) da Fiocruz.

"A presença de uma grande quantidade de material em suspensão nas águas dos rios afetados causou a imediata mortandade de peixes e inviabiliza a captação e tratamento da água para consumo humano", disse o especialista.

A falta de tratamento de esgoto na região também pode ser um problema, de acordo com Barcellos, uma vez que pode facilitar também a proliferação da esquistossomose.  "A transmissão de esquistossomose é facilitada pelo contato com rios contaminados por esgotos domésticos e com presença de caramujos infectados"

Ainda segundo o pesquisador, "a bacia do rio Paraopeba é uma área de transmissão de febre amarela e um novo surto da doença não pode ser descartado." Ele ainda pediu para que a população ficasse em dia com a vacinação de forma urgente.

Fonte: Último Segundo

SIGA-NOS NO Jornal VoxMS no Google News

VoxMS - Notícia de Verdade