Campo Grande volta a perder competividade na economia
Quinta-feira, 24 de Agosto de 2023 - 13:25 | Redação
O desequilíbrio fiscal e o comprometimento das receitas públicas acima do limite estabelecido por lei provocaram nova queda nos índices de competitividade de Campo Grande na economia, segundo levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP), publicado nesta semana.
O levantamento apresenta os resultados detalhados dos 410 municípios do País com mais de 80 mil habitantes. Nessa condição, em Mato Grosso do Sul são avaliados, além da Capital, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá. Clique aqui e veja o levantamento completo.
Na edição 2023 do ranking do CLP, referente a dados coletados em 2022, a capital sul-matogrossense ficou na 92ª colocação, três posições a menos da que conquistou no ano anterior (2021), quando apareceu como a 89ª cidade mais competitiva do ranking.
No que diz respeito a crescimento, Corumbá foi a cidade sul-matogrossense com melhor desempenho. Na comparação entre 2021 e 2022, a Capital do Pantanal cresceu 48 pontos, saltando da 365ª para a317ª posição.
Dourados também teve melhor desempenho, deixando a 163ª colocação a assumindo a 153ª posição - crescimento de 10 pontos entre 2021 e 2022.
Já Três Lagoas perdeu 65 posições, caindo da 94ª para a 159ª colocação entre os 410 municípios mais competitivos avaliados pelo CLP. Ponta Porã também perdeu competitividade, saindo da 358ª para a 373ª colocação.
O que é avaliado
O ranking do CLP se baseia em 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública das cidades brasileiras.
São eles a sustentabilidade fiscal, funcionamento da máquina pública, acesso à saúde, qualidade da saúde, acesso à educação, qualidade da educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inserção econômica, inovação e dinamismo econômico, capital humano e telecomunicações.
Pontuação de Campo Grande| Item avaliado | Pontuação (queda e crescimento) |
| Sustentabilidade fiscal | - 33 |
| Funcionamento da máquina pública | - 16 |
| Acesso à saúde | + 33 |
| Qualidade da saúde | - 81 |
| Acesso à educação | - 18 |
| Qualidade da educação | - 4 |
| Segurança | - 14 |
| Saneamento | + 26 |
| Meio ambiente | + 3 |
| Inserção econômica | + 17 |
| Inovação e dinamismo econômico | - 6 |
| Capital humano | + 13 |
| Telecomunicações | - 26 |
Os resultados obtidos pela gestão Adriane Lopes não surpreende, pois ainda na época em que ela administrava o município juntamente com o então prefeito Marquinhos Trad (PSD), o desequilíbrio fiscal já nocauteava as contas da prefeitura.
Rombos milionários na folha de pagamento, de mais de R$ 386 milhões, estouro do limite prudencial com os salários estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, falta de transparência e outras situações negativas construídas ao longo dos últimos sete anos da gestão Marquinhos Trad e Adriane Lopes contribuíram, e ainda contribuem, para contabilizar a perda de competitividade do município.
Segundo o Tribunal de Contas do Estado, a despesa total com pessoal nos exercícios de 2021 e 2022 atingiu, respectivamente, 59,16% e 57,02% da Receita Corrente Líquida ajustada.
Portanto, a despesa do Poder Executivo encontra-se acima do limite (54%) estabelecido pela Lei Complementar no 101/2000.
