19 de Abril de 2024

Presídio busca sustentabilidade unindo reciclagem e ressocialização

Segunda-feira, 19 de Novembro de 2018 - 04:48 | Redação

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Presídio busca sustentabilidade unindo reciclagem e ressocialização

Em tempos que sustentabilidade é palavra de ordem para o planeta, o Estabelecimento Penal de Corumbá (EPC), localizado na região do Pantanal sul-mato-grossense, dá exemplo com ações que vão desde reaproveitamento de madeiras na confecção de móveis à fabricação de lixeiras a partir de filtros de óleo de combustível descartados de veículos pesados por uma multinacional instalada na região.

Essas e outras iniciativas desenvolvidas no presídio, com a produção de materiais ecologicamente corretos, além de contribuírem para o meio ambiente,  beneficiando diretamente toda a população, impactam também na redução da reincidência criminal, já que oportuniza a ressocialização dos detentos.

No setor de marcenaria no EPC,  madeira de demolição é utilizada na confecção de mobílias e em trabalhos artesanais. Outros produtos reaproveitados são os ‘pallets’, estrado de madeira utilizados na fabricação de caixas térmicas, camas e casas para cães. Todos os produtos podem ser adquiridos pela população em geral, encomendados ao Setor de Trabalho do estabelecimento prisional.

Presídio busca sustentabilidade unindo reciclagem e ressocialização

Outro ponto positivo no trabalho sustentável foi a redução do volume de descarga externa de lixo. O resultado só foi possível após o processo seletivo de dejetos de papéis, metais e lixos orgânicos ser implementado pelos internos. Já as sobras de legumes da cozinha e a serragem da serralheria serão utilizados futuramente na implantação de um minhocário, com objetivo de acelerar o processo de decomposição e enriquecimento do solo para plantações de verduras e legumes, com intuito de preservar o meio ambiente.

Na serralheria da unidade prisional, os internos trabalham na confecção de grades, alambrados e portões para uso interno do presídio. Ferros doados pela Mineradora Vale, após preparo e readequação, foram colocados no teto do solário do pavilhão 2, local onde estão as celas dos internos que estudam na unidade.

No setor também são confeccionadas cadeiras de rodas e bicicletas para pessoas com necessidades especiais.

Atualmente, as vassouras utilizadas na limpeza do presídio são confeccionadas por reeducandos, com uso de uma pequena máquina. Essa iniciativa da direção dá oportunidade de trabalho aos reeducandos e ajuda na redução de gastos com a compra desses materiais para limpeza diária da unidade.

A previsão é que, em breve, a penitenciária abrirá as portas do setor de lavanderia. Inicialmente, serão lavadas apenas as roupas dos internos, porém existe um projeto da direção em estender esse tipo de serviço para a iniciativa pública e privada, em Corumbá e Ladário.

Conforme o diretor do presídio Amilton Jorge da Costa Evangelista, o trabalho e a escola aumentam a autoestima dos reeducandos, como também a sua dignidade e respeito. “Muitas vezes eles entram aqui de cabeça baixa, desacreditados, mas saem cheios de ideias. Essas ferramentas previstas na LEP [Lei de Execução Penal], são instrumentos que ajudam no reingresso do reeducando à sociedade”, frisou.

Além do trabalho e da escola, o Estabelecimento Penal de Corumbá oferece cursos de qualificação profissional, com o objetivo de preparar os internos para o mercado de trabalho e ajudar na remição de pena, como também na ressocialização.

Somente no primeiro semestre deste ano, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), foram realizados cursos nas áreas de produção de pães e salgados (24h), primeiros socorros (9h), inclusão digital (16h) e modelagem de corte e costura (80h). As capacitações contaram com a participação de 46 internos.

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