Cassems contrata 15 médicos pelo mesmo valor que pagaria para 53 profissionais
Sexta-feira, 13 de Setembro de 2019 - 02:00 | Redação
As justificativas do médico Ricardo Ayache, presidente da Cassems, para a rescisão unilateral do contrato com a Cooperativa de Otorrinolaringologistas, vêm sendo colocadas em dúvida nas redes sociais pelos clientes do plano de saúde. O argumento de que a medida visa a gerar economia financeira à instituição não se sustenta, já que serão desembolsados R$ 650 mil mensais para remunerar os 15 médicos recém-contratados, mesmo valor que seria utilizado para manter os 53 profissionais dispensados.
O contrato com os otorrinos acabou no dia 26 de agosto, em meio às negociações entre a Cassems e a cooperativa. Ricardo Ayache, dizendo estar respaldado pelo conselho de Administração da Caixa, contratou empresa que terceiriza serviços, que até o que se sabe por enquanto, já que os termos do contrato são desconhecidos, disponibilizou cerca de 15 médicos de fora do Estado.
A conta não fecha porque os 15 novos contratados custarão o mesmo valor que seria pago aos 53 otorrinos dispensados. “Estávamos em negociação quando fomos informados sobre a rescisão. Já havíamos concordado em fechar pelo mesmo valor hoje pago à empresa terceirizada”, informou Edil Albuquerque Filho, presidente da cooperativa.
Reclamações - Os efeitos práticos e negativos da decisão de Ayache e dos conselheiros da Cassems já estão sendo sentidos e externados principalmente nas redes sócias, já que todo mundo foi pego de surpresa pelo fato de a Caixa, contrariando a lei que rege os planos de saúde, não comunicou com antecedência de 30 dias os seus clientes sobre a rescisão com a cooperativa.
Selma Nogueira escreveu: “Quero o Dr.Luiz Henrique Alvarenga de volta... Só assim vou acreditar em você, Ricardo Ayache..E os outros Otorrinos também..”.
Mais enfático foi Hali Martins Khalaf: “Todos os pacientes tem seus direitos de escolher com quem vai consultar, com otorrino de sua escolha, e a Cassems tinha vários otorrino, agora são poucos, e a gente já tinha o otorrino que já vinha atendendo a gente, e é um bom profissional, agora temos que procurar outro , acho um absurdo , eu que já fiz uma cirurgia e tenho que retornar para acompanhamento, como vai ficar?”.
Por sua vez, Maria Lúcia Ascencio Pereira escreveu que “em Três Lagoas MS temos alguns médicos bons...mas o melhor otorrinolaringologista Dr Gustavo Rezende, não está mais atendendo...O hospital da Cassems deixa muito a desejar...”
Importados - Alguns dos médicos importados por Ricardo Ayache continuam atendendo em seus municípios de origem, no Estado de São Paulo. A maioria trabalha para a Cassems apenas sob regime de plantão, prestando atendimento ambulatorial. Antes da rescisão contratual, os serviços eram prestados aos usuários da Caixa – cerca de 213 mil, entre titulares e dependentes – em consultórios e clínicas, com muito mais conforto e qualidade.
Hoje, o custo para a Cassems é o mesmo, mas o número de médicos foi reduzido e a qualidade dos serviços caiu de forma considerável. Para os clientes, nenhuma vantagem.