28 de Março de 2024

 Cabral negocia delação premiada com a Lava Jato

Segunda-feira, 24 de Dezembro de 2018 - 07:24 | Redação

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 Cabral negocia delação premiada com a Lava Jato

Já condenado em nove processos da Lava Jato, com penas que somam 197 anos de prisão, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) deu o primeiro passo para se tornar delator da operação, segundo publicou o jornal O Globo.

De acordo com o colunista do jornal Lauro Jardim, Sérgio Cabral deu procuração a um de seus advogados, João Bernardo Kappen, para que ele iniciasse a negociação com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro.

Ainda segundo o jornal, as conversas já tiveram início, mas ainda estão em estágio inicial. O advogado Rodrigo Rocca, que representava o ex-governador desde o surgimento das primeiras denúncias, deixou o caso após o início das negociações de delação.

Apontado pela Lava Jato como chefe da organização criminosa que desviou milhões dos cofres públicos do Rio, Cabral está preso já há mais de dois anos – atualmente, na cadeia de Bangu 8, zona oeste do Rio.

Apesar das condenações impostas pelos juízes Marcelo Bretas (Rio) e Sérgio Moro (Curitiba), o ex-governador nunca admitiu ter cometido crime de corrupção. A admissão dos crimes cometidos é um dos fundamentos para um acordo de delação premiada. No máximo, o emedebista reconheceu ter usufruído de "sobras de campanha".

Cabral chegou a pedir "desculpas" à população por ter usado caixa dois em campanhas. Em depoimento prestado em dezembro do ano passado, o ex-governador disse que os recursos que ele utilizou conferiram a ele "uma vida incompatível, muito além de seus dinheiros lícitos".

"Peço desculpas à população por ter feito uso de caixa dois e de sobras de caixa dois", disse Cabral ao juiz Bretas. "Eu errei."

Eventual acordo de delação premiada de Sérgio Cabral pode trazer implicações a integrantes do poder Judiciário – tanto no âmbito estadual quanto no federal – e detalhar esquemas hoje apenas parcialmente conhecidos pelos investigadores da Lava Jato, como as negociatas acerca das escolhas do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014 e do Rio para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

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