19 de Maio de 2024

Grupo de venezuelanos vindos de Boa Vista é acolhido em Brasília

Sábado, 01 de Dezembro de 2018 - 04:35 | Redação

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Grupo de venezuelanos vindos de Boa Vista é acolhido em Brasília

Depois de caminhar mais de mil quilômetros a pé, a venezuelana Mariluz Piñero chegou há pouco mais de um mês em Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, em busca de melhores condições de vida para a família. Ela saiu do estado de Miranda com seus dois filhos para encontrar o marido, que já vive no Brasil.

“Chegamos no fim da tarde, debaixo de chuva, sem tomar banho por seis dias. Viemos caminhando, pegando carona, passando necessidade. Tudo isso superamos”, contou.

Mariluz está entre os 55 imigrantes venezuelanos que chegaram anteontem e ontem a Brasília. O grupo deixou Boa Vista em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e será mantido em casas alugadas na região administrativa de São Sebastião, sob a supervisão da Cáritas Brasileira, entidade de promoção e atuação social que trabalha na defesa dos direitos humanos.

Mãe de um casal de crianças que necessitam de atenção especial, devido a problemas de saúde, a venezuelana, de 48 anos, teve que deixar de trabalhar para se dedicar integralmente aos cuidados com os  filhos. A menina, de 10 anos, é paciente crônica renal e o menino, de 12 anos, tem problemas de visão.

“Saímos pela situação econômica, pela saúde do meu filho, a saúde da minha família e minha própria saúde”, afirmou.

Com a forte crise política e econômica que atinge atualmente a Venezuela, a renda já não era suficiente para manter o sustento adequado da família. Mariluz disse que não conseguia medicamentos para os filhos e nem manter a alimentação balanceada exigida pelos médicos. “Meu esposo era o único que sustentava o lar, e estava difícil. Ele veio para o Brasil há 4 meses. Fiquei sozinha na Venezuela e depois nos reunimos aqui no Brasil”.

No Brasil, Mariluz sonha em trabalhar com crianças ou como comerciante, em casa. O marido se dispôs a trabalhar como operário ou auxiliar de serviços na área de construção civil.

“Estamos esperando uma oportunidade nova, e que meus filhos tenham uma boa atenção médica, boa educação”.

Apoio no relento

Victor Hernandez Guedes, 29 anos, também chegou ontem à capital cheio de expectativa. O jovem cruzou a fronteira brasileira há três meses, depois de enfrentar longa jornada de caminhadas e caronas. A viagem durou sete dias, divididas em duas etapas: a primeira, em companhia de um amigo, até o povoado venezuelano “Las Claritas”, e o restante do trajeto, ele fez sozinho até chegar a Boa Vista.

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