15 de Maio de 2024

Magnata das criptomoedas é condenado por colapso da FTX

Sexta-feira, 03 de Novembro de 2023 - 13:30 | Redação

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Magnata das criptomoedas é condenado por colapso da FTX

O fundador da FTX, o magnata Sam Bankman-Fried, foi condenado nos Estados Unidos por se apoderar de bilhões de dólares de clientes de uma bolsa de criptomoedas falida, no que os promotores chamaram de uma das maiores fraudes financeiras da história dos EUA.

Magnata das criptomoedas é condenado por colapso da FTX

O veredicto, proferido por um júri federal em Nova York, encerrou a impressionante queda do antigo magnata das criptomoedas, cuja personalidade ajudou a catapultar a FTX para uma plataforma de negociação poderosa, que patrocinava equipes esportivas e exibia anúncios chamativos com o ex-jogador de futebol americano Tom Brady, a modelo Gisele Bündchen e o comediante Larry David.

Para os promotores federais, o veredicto foi uma vitória esperada após apresentar o que muitos observadores consideraram um caso robusto, que incluía 18 testemunhas.

A bolsa de criptomoedas sofreu um colapso abrupto há um ano, com os clientes perdendo bilhões de dólares.

Bankman-Fried, de 31 anos, foi indiciado em dezembro de 2022 e concordou em deixar sua casa nas Bahamas para enfrentar uma série de acusações de fraude.

Perto do final do julgamento de um mês, Bankman-Fried tomou a atitude arriscada de testemunhar em sua própria defesa.

Quem é Sam Bankman-Fried

Antes de ficar no meio do redominho de uma das maiores crises do mercado cripto, o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried ocupava o “hall” das grandes personalidades do setor, dividindo espaço com os pesos-pesados Changpeng “CZ” Zhao, fundador da Binance, e Brian Armstrong, da CoinBase.

Parte da fama do jovem, que entrou para a lista de bilionários da Bloomberg no ano passado (ele saiu por causa dos eventos recentes), é creditada à rápida ascensão de sua corretora, fundada em 2019.

A FTX, cujo carro-chefe são derivativos de criptomoedas, atraiu milhares de investidores mundo afora, e passou a figurar entre as cinco maiores do mercado.

A supermodelo brasileira Gisele Bündchen e o jogador de futebol americano Tom Brady entraram como sócios do negócio em 2021.

Outro motivo que ajudou o empresário – formado em física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – a ganhar popularidade no meio cripto é sua personalidade excêntrica.

O americano faz parte de um movimento chamado altruísmo efetivo, cuja bandeira é fazer o bem para o outro da maneira mais eficiente possível.

E a forma que ele encontrou para beneficiar o próximo foi doar parte de sua fortuna para caridade e para políticos do Partido Democrata dos Estados Unidos.

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Todo o negócio e o papel de “bonzinho” de Bankman-Fried, no entanto, começaram a colapsar quando o CoinDesk, parceiro do InfoMoney, publicou uma reportagem mostrando que o balanço patrimonial da empresa-irmã da FTX, Alameda Research, era composto principalmente de tokens sem liquidez, incluindo o próprio FTT, nativo da FTX.

Com a repercussão do caso, uma crise de credibilidade se instaurou, e os investidores da exchange intensificaram os saques, em um episódio equivalente a uma corrida bancária.

O episódio derrubou os preços do ativo nativo da plataforma em 90% em pouco mais de uma semana. A FTX entrou numa crise dramática que respingou em todo o mercado.

A Binance entrou na jogada e se ofereceu para comprar a antiga rival, mas desistiu do negócio ao ver os dados internos da empresa. Na sequênci, Bankman-Fried foi ao Twitter pedir desculpa. “Sinto muito. Eu ferrei com tudo, e deveria ter feito melhor”.

Logo depois a empresa entrou com pedido de falência e o empresário, que um dia já foi comparado ao Mark Zuckerberg do setor cripto, deixou o cargo de CEO.

Com todo esse rebuliço, o patrimônio líquido do altruísta efetivo, que já chegou próximo dos US$ 16 bilhões, despencou para quase zero.

De acordo com o Bloomberg Billionaires Index, os negócios da FTX agora valem US$ 1. Bankman-Fried detém 70% da empresa.

Toda essa crise deixou o emprésario mais pobre e derrubou o mercado cripto – o Bitcoin (BTC) caiu para o menor valor de dois anos.

Além disso, deu ainda mais combustível para o debate sobre a regulamentação do mercado cripto. Nos Estados Unidos, diversos legisladores publicaram declarações expressando preocupação com a situação.

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