Primero-ministro da Escócia renuncia após seu partido perder aliados

O primeiro-ministro escocês pró-independência, Humza Yousaf, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (29), ameaçado por um voto de censura poucos dias depois de pôr fim ao governo de coalizão entre o seu partido, o SNP, e os ambientalistas.

A superação das atuais divisões políticas "só pode ser feita por outra pessoa no comando", declarou em coletiva de imprensa, acrescentando que permanecerá no cargo até que o seu sucessor seja nomeado.

Yousaf, de 39 anos, foi eleito líder do SNP, o Partido Nacional Escocês, em março de 2023, após a renúncia de Nicola Sturgeon.

Na quinta-feira, ele anunciou o fim da coalizão governamental entre seu partido e os ambientalistas, uma semana depois de renunciar a um compromisso climático fundamental.

O SNP, o grupo com maior número de deputados no Parlamento local de Edimburgo, governa desde 2021 graças a uma coalizão com os Verdes.

As oposições Conservadora e Trabalhista apresentaram moções de censura contra Yousaf, que serão submetidas a votação esta semana. Os Verdes anunciaram que votarão contra o primeiro-ministro.

Agora sem maioria, o SNP procura novos aliados, mas, segundo a BBC, descartou uma aliança com o Alba, outro partido pró-independência.

Após a renúncia de Yousaf, o Parlamento terá 28 dias para encontrar um novo primeiro-ministro.

O partido pró-independência, no poder, enfrenta um momento difícil desde a renúncia surpresa, em fevereiro de 2023, de sua carismática líder Nicola Sturgeon.

Além disso, o partido está ameaçado por uma forte ascensão do Partido Trabalhista na Escócia antes das eleições legislativas britânicas, que ainda não têm data, mas que devem ser marcadas antes do final de janeiro de 2025.