30 de Abril de 2024

Desmatamento no Cerrado dispara 23% em 2024 e índice na Amazônia cai 54%

Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura defende adoção de medidas urgentes nos dois biomas

Quarta-feira, 17 de Abril de 2024 - 15:40 | Redação

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Desmatamento no Cerrado dispara 23% em 2024 e índice na Amazônia cai 54%
Trecho de cerrado queimado após desmatamento para a formação de pastagem (Marcelo Camargo/ABr)

O  Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou os dados de desmatamento no país referente a março. 

Os índices são preocupantes comparados ao mesmo mês de 2023, com um aumento no Cerrado de 23%. Segundo o Deter, o cenário indica uma migração do desmatamento da Amazônia, que apresentou queda de 54%.

Em março de 2023, o Cerrado perdeu 423 km² de sua área para o desmatamento; no mês passado, este índice saltou para 524 km². No mesmo período, a devastação da Amazônia caiu de 356 para 162 km².

Ainda de acordo com o Deter, o Cerrado teve 524 alertas de desmatamento em março de 2024. Este é o maior índice já registrado no bioma desde o início do monitoramento por satélite, iniciado pelo Inpe em 2019.

O desmatamento em ambos os biomas gera sérios impactos ambientais, como perda de biodiversidade e aumento das emissões de gases do efeito estufa, que contribui para o avanço das mudanças climáticas. 

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura defende que o poder público intensifique ações de comando e controle contra a devastação dos ecossistemas. Além da fiscalização, é crucial investir em modos de geração de emprego e renda, como a bioeconomia e a agricultura familiar sustentável.

"Apesar dos bons números para a Amazônia, seguimos perdendo muito no Cerrado. O desafio agora é duplo: manter o desmatamento da Amazônia baixo e buscar formas de enfrentar a perda do Cerrado de maneira mais eficiente", ressalta André Guimarães, membro do Grupo Estratégico da Coalizão e diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Alerta vermelho no Cerrado 

Savana mais biodiversa do mundo, o Cerrado já teve mais de 50% de sua área original do Cerrado desmatada. O ritmo da devastação é especialmente acelerado em Matopiba, região que se estende por territórios de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. 

Entre as consequências estão a perda de biodiversidade, erosão do solo, alteração do ciclo hidrológico e aumento da desertificação. A fragilização dos recursos naturais afeta diretamente a subsistência de comunidades tradicionais. 

A impunidade no desmatamento precisa ser combatida com agilidade. Para isso, é preciso fortalecer órgãos responsáveis pela fiscalização e aplicar sanções rigorosas contra delitos ambientais. 

A Coalizão, Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 380 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia.

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