18 de Abril de 2024

Médium cita doações e renda para explicar fortuna

Terça-feira, 25 de Dezembro de 2018 - 09:31 | Redação

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Médium cita doações e renda para explicar fortuna

O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, disse em depoimento à Polícia Civil que tem renda mensal de R$ 60 mil graças a sete fazendas que ele administra no estado de Goiás. Preso há mais de uma semana por suspeitas de abuso sexual, o médium de 76 anos de idade disse ainda possuir “várias” casas e que não sabe o número exato de carros que tem na garagem.

As explicações de João de Deus surgem dias após a polícia ter apreendido R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo escondido em um porão secreto no fundo de armário na casa do médium em Abadiânia (GO). Somados aos R $ 405 mil que já haviam sido apreendidos no início da semana passada, já passa de R$ 1,6 milhão a quantia encontrada em posse do líder espiritual.

Em entrevista ao Fantástico (TV Globo), um dos delegados envolvidos nas investigações contra o médium, Valdemir Branco, disse que a grande quantidade de dinheiro vivo que João de Deus mantinha em casa levanta suspeitas do cometimento de crimes. “Se ele escondeu é porque veio de algo ilícito. Ele terá que dar explicações”, declarou.

O advogado que representa o médium, Alberto Toron, negou que os valores encontrados na casa do líder espiritual tenham relação com qualquer prática ilícita. O defensor justificou que João de Deus recebe doações regularmente devido à sua atuação na Casa Dom Inácio de Loyola, onde ele realiza atendimentos há mais de 40 anos, e mantinha o dinheiro escondido por medo de assaltos.

Ainda no depoimento prestado à Polícia Civil, João de Deus se disse "empresário" e afirmou não saber ao certo qual o lucro gerado por serviços do centro espiritual em Abadiânia. O local abriga uma loja e uma farmácia, que foi interditada pela Vigilância Sanitária por "manipulação contrária às normas sanitárias e más condições de acondicionamento de instrumento cirúrgico".

Além do dinheiro encontrado em endereços do médium, também já foram apreendidas armas e uma série de pedras preciosas que foram encaminhadas à perícia técnica.

João Teixeira de Faria não tem autorização para possuir arma de fogo, o que levou o juiz Liciomar Fernandes, do Tribunal de Justiça de Goiás, a ordenar uma segunda ordem de prisão contra o médium. A vigência desse segundo mandado judicial significa que, mesmo que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, acate pedido de habeas corpus apresentado pela defesa, João de Deus permanecerá preso.

As investigações contra o líder espiritual tiveram início após as primeiras denúncias serem reveladas pelo programa Conversa com Bial (Globo), no começo do mês. Desde então, o Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) criou força-tarefa que já identificou 255 supostas vítimas de crimes sexuais praticados por João de Deus. Essas mulheres disseram ter sofrido abusos quando tinham idades entre 9 e 67 anos de idade. A defesa nega as acusações.

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