28 de Março de 2024

Sem apoio federal, MS banca custos com segurança na fronteira

Quinta-feira, 19 de Julho de 2018 - 06:31 | Redação

imagem
Sem apoio federal, MS banca custos com segurança na fronteira

A falta de apoio da União tem obrigado o governo do Estado a bancar praticamente sozinho os custos com a manutenção da segurança na região da fronteira, mantendo as forças policiais estaduais em alerta para monitorar mais de 1,5 mil quilômetros – 1.131 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai e 386 quilômetros com a Bolívia.

Essa situação se arrasta desde 2015, apesar de reiterados pedidos do governo do Estado para que a União resolva essa questão. Sem o apoio federal, Mato Grosso do Sul assumiu o papel de protagonista no combate ao tráfico.

Dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) relativos ao período de 2012 a 2017 demonstram que as apreensões de drogas pelas forças do Estado saltaram de 87 toneladas para 427 toneladas ao ano, o que equivale á retirada de circulação de mais uma tonelada do produto por dia.

Somente no período de janeiro a junho deste ano foram apreendidas cerca de 150 toneladas de entorpecentes, a maior parte na região de fronteira. Na medida em que as apreensões aumentam, cresce também o número de presos, muitos deles sentenciados por tráfico e outros crimes transnacionais.

O resultado disso é a reclusão de quase 17 mil presos que cumprem pena em um sistema penitenciário com capacidade para 7.327 condenados. Cerca de 40% dos presos custeados pelo Estado cumprem pena por crimes federais. Uma massa carcerária que custa a Mato Grosso do Sul R$ 10,6 milhões ao mês ou R$ 127,3 milhões ao ano.

Sem apoio federal, MS banca custos com segurança na fronteira

O governador Reinaldo Azambuja defende, desde o início de sua gestão, uma atuação efetiva por parte da União nas fronteiras para impedir o tráfico de drogas e armas que alimentam a violência nos grandes centros urbanos.

“O Brasil fica enxugando gelo. Não adianta ficar apenas ali no Rio de Janeiro, sendo que a porta de entrada das drogas são as fronteiras com Bolívia e Paraguai. Nós não precisamos de mais reunião e seminários para discutir fronteira. Precisamos de ação, que o Governo Federal realmente entenda que se não colocarmos forças federais na fronteira vai acontecer o que nós estamos vendo no dia a dia nas grandes cidades – acabamos perdendo a guerra para o tráfico e para o crime organizado”, disse.

SIGA-NOS NO Jornal VoxMS no Google News

VoxMS - Notícia de Verdade