27 de Abril de 2024

ChatGPT e Inteligência Artificial: como isso muda seu cérebro?

Segunda-feira, 08 de Maio de 2023 - 04:07 | Redação

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ChatGPT e Inteligência Artificial: como isso muda seu cérebro?

A tecnologia muda o mundo todos os dias, mas, nas últimas semanas deu um salto alcançando milhares de usuários em todo mundo que passaram a contar com o uso de Inteligência Artificial na produção de textos e imagens.

Mais famoso entre os recursos hoje disponíveis, o ChatGPT da empresa Open AI é, sem dúvida, uma novidade para os amantes de automatizações.

ChatGPT e Inteligência Artificial: como isso muda seu cérebro?

Na prática, o site possibilita a criação e qualquer texto depois de uma orientação inicial usando como base informações já disponíveis na rede e – algo novo –, com uma linguagem simples e natural aproximando a comunicação ainda mais dos usuários, no caso, os humanos.

Apesar de não ser relativamente nova, o uso de Inteligência Artificial para a criação de textos e imagens deu um salto significativo em 2023 e está cada vez mais popularizada entre crianças, jovens e adultos que agora contam com a máquina para produzir todo tipo de texto.

Risco ou oportunidade?

Enquanto profissionais de Comunicação usam o recurso para otimizar suas entregas e acelerar processos criativos a novidade, também chega para quem ainda está com o cérebro em formação, e, é aí, segundo a especialista do SUPERA, a neurocientista Livia Ciacci, que mora o problema.

“Veja bem: estamos falando de crianças em idade escolar que ao criarem um texto, ao pensarem em uma imagem, ao inventarem uma realidade, estão criando conexões cerebrais porque é justamente disso que se trata: estar na escola é aproveitar o melhor momento do cérebro para absorver todo tipo de conteúdo e correlacionar esses conteúdos para que eles façam sentido em breve, na vida adulta", alertou Livia Ciacci.

Segundo ela, "quando as crianças começam a optar pelo caminho preguiçoso muito cedo, terceirizando a um algoritmo o trabalho de esforço mental que elas mesmas deveriam ter, temos sim um cenário de atenção para a sociedade”.

A especialista lembra ainda que, assim como outras tecnologias, o ChatGPT e o uso de Inteligência Artificial são um caminho sem volta.

“Nosso papel enquanto formador de opinião não é ir contra a corrente pois o ChatGPT é a nova calculadora, mas, sim, alertar sobre os prejuízos deste tipo de tecnologia para quem ainda não tem discernimento para fazer o bom uso do recurso”, justificou Livia Ciacci.

Inteligência Artificial X inteligência Humana

Embora recursos como o ChatGPT só funcionem bem com riqueza de detalhes e autoridade de quem usa a ferramenta, o recurso está completamente condicionado a informações que já estão disponíveis na rede.

Além disso, a Inteligência Artificial ainda não consegue correlacionar fatos de forma clara, sobretudo as informações que envolvem a capacidade analítica do ser humano em tirar as suas próprias conclusões.

O ChatGPT pode resolver alguns problemas e acelerar a escrita, mas ele não ensina a pensar ou a como usar as informações.

Livia Ciacci acredita que na área da educação por exemplo, ele deveria ser incorporado o mais rápido possível, já que é uma oportunidade de criar atividades mais complexas para os alunos.

Ao invés de pedir para uma turma escrever um texto sobre algo, pode-se pedir para que usem a automatização para escrever e depois fazer uma análise crítica, como por exemplo: Qual item importante o ChatGPT não incluiu? A informação que ele trouxe está atualizada?

“Ou seja, no fim das contas, o que interessa é como aprendemos a usar nosso córtex pré-frontal e as funções executivas, que continuarão sendo o diferencial humano. Análise, planejamento, motivação, foco e propósito, só nós temos e precisamos constantemente aprender e aperfeiçoar tais habilidades. Em um mundo cada vez mais automatizado, quem pensa é rei!”, avaliou Livia Ciacci.

O ChatGPT vai mudar o nosso cérebro?

A resposta é: depende. Segundo a especialista, temos que considerar outros fatores que estão atrelados ao uso desta tecnologia, como a maior pressão por produtividade, a banalização da originalidade e o não incentivo a produções autorais e criativas.

Ainda segundo Livia Ciacci, podemos pensar ainda que muitas das coisas que estão surgindo agora ainda não foram analisadas usando os devidos parâmetros científicos, que asseguram a resposta que a ciência vem dando a sociedade nas últimas décadas, e, com a Inteligência Artificial não será diferente.

“O que podemos afirmar é que o cérebro se adapta ao que faz e ao que não faz. Se os algoritmos são utilizados para ganhar tempo em tarefas mecânicas e a pessoa usa esse tempo para se ocupar com coisas mais complexas, temos o cenário perfeito!", diz.

Por outro lado, se a preguiça tomar conta e a pessoa evitar o esforço cada vez mais, temos um problema.”, concluiu Livia Ciacci.

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