Brasileiros usarão telescópio James Webb em 2023
Quarta-feira, 13 de Julho de 2022 - 06:00 | Redação
Dois grupos de pesquisa brasileiros estão na fila para para utilizar o telescópio James Webb, o maior e mais caro já posto em órbita. Cada um deles submeteu projetos à agência espacial americana (Nasa) e foi contemplado em setembro do ano passado.
Um dos grupos é coordenado pelo Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. O outro é liderado pelo Grupo de Astrofísica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.
“Eu não diria que as imagens [divulgadas hoje] são melhores que o esperado, porque a expectativa já estava lá em cima, já sabíamos que viria algo extraordinário, e foi isso. É fantástico, não só as imagens mas também todos os dados por trás delas. Os cientistas agora vão analisar a quantidade de luz emitida por cada pedacinho dessas imagens, os espectros e observar como estão se movendo”, disse o astrofísico Rogemar André Riffel, da UFSM, em entrevista ao GLOBO.
O projeto coordenado por Riffel já tem data para acessar o telescópio. A previsão é de que o James Webb fique disponível para os pesquisadores brasileiros entre abril e julho do ano que vem.
Riffel explica que seu projeto foi aprovado para o ciclo 1 do telescópio. No momento, o James Webb está no ciclo 0, no qual o equipamento é usado pelos times que desenvolveram seus instrumentos.
Depois desta primeira etapa, o telescópio será aberto para outros pesquisadores, quando o James Webb fará as imagens solicitadas pelos brasileiros. Mas a ordem de prioridade ainda pode mudar. A fila é determinada de modo a economizar energia do telescópio e a sequência de projetos depende disso.