26 de Abril de 2024

Assessora de Bolsonaro recebe da Câmara sem trabalhar

Terça-feira, 14 de Agosto de 2018 - 06:40 | Redação

imagem
Assessora de Bolsonaro recebe da Câmara sem trabalhar

A servidora da Câmara dos Deputados Walderice Santos da Conceição, assessora do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), de janeiro a julho deste ano recebeu R$ 17.240 como funcionária do gabinete. Reportagem da Folha de S. Paulo publicada em 11 janeiro revelou que ela era servidora fantasma do deputado, trabalhando, na verdade, como vendedora de açaí em uma praia em Angra dos Reis (RJ), onde o parlamentar tem uma casa.

Questionado por Guilherme Boulos (PSOL) no debate da Band sobre quem é Walderice Santos, o deputado federal Jair Bolsonaro disse tratar-se de uma funcionária de seu gabinete parlamentar. A “assessora” de Bolsonaro, contudo, trabalha na verdade em uma loja de açaí, e recebe para tanto R$ 1.351 da Câmara dos Deputados.

Na matéria da Folha de S. Paulo foi mostrado que o capitão reformado usava verba da Câmara para pagar a funcionária fantasma que vive em um distrito a 50km de Angra dos Reis (RJ). A “assessora” de Bolsonaro, explicou então o candidato, estaria de férias quando a reportagem do jornal a encontrou na loja de açaí.

Buscando passar a limpo a história, os repórteres do jornal retornaram, ontem, 13 de agosto, ao pequeno município fluminense.

Os jornalistas encontraram Wal, como ela é conhecida, na mesmíssima banca de açaí, trabalhando. O marido da vendedora, Edenilson, é caseiro de Bolsonaro, que possui uma casa de veraneio na cidade.

Questionada pelos repórteres se era certo que ela recebesse dinheiro da Câmara para prestar serviços pessoais ao candidato à Presidência, Walderice disse: “Mas aí é uma coisa que cabe a ele responder”.

De acordo com as regras internas da Câmara, os assessores parlamentares precisam trabalhar de forma exclusiva para o gabinete parlamentar durante 8 horas diárias.

Desde que passou a constar na folha salarial do gabinete do deputado, há 15 anos, Walderice ocupou uma série de cargos. Em 2012, aponta a Folha, atingiu o posto mais alto do gabinete – o salário para tal função pode chegar a R$ 14 mil.

Questionado pelo jornal, Bolsonaro alegou que Wal tem como função reportar a ele e ao chefe de seu gabinete “qualquer problema na região”. A Folha  pediu ao deputado que desse exemplos de serviços do tipo prestados por ela, mas ele não soube informar nenhum.

Minutos após a visita dos repórteres, a “assessora” de Bolsonaro informou que irá se demitir do cargo. O deputado ainda não se manifestou sobre o caso.

SIGA-NOS NO Jornal VoxMS no Google News

VoxMS - Notícia de Verdade