23 de Abril de 2024

População rejeita mineração em terras indígenas

Sexta-feira, 02 de Agosto de 2019 - 05:43 | Redação

imagem
População rejeita mineração em terras indígenas

Uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro desde o tempo em que era deputado federal, a mineração em terras indígenas é reprovada por 86% dos brasileiros, apontou pesquisa Datafolha. O levantamento, contratado pela ONG Instituto Socioambiental (ISA), mostrou que a rejeição à entrada de empresas de exploração nessas reservas — prática, hoje, ilegal — é de, no mínimo, 80% em todas as regiões, escolaridades, idades, sexos, faixas de renda e ocupações.

População rejeita mineração em terras indígenas

Segundo o Datafolha, a reprovação da atividade é de 80% nas regiões Norte e Centro-Oeste, que concentram a maior parte das terras indígenas do Brasil e, por isso, seriam alvos principais da proposta. A maior rejeição, porém, foi registrada no Sudeste: 88% dos entrevistados discordaram de que "o governo deve permitir a entrada de empresas de mineração para explorar as terras indígenas".

Apenas 14% das pessoas ouvidas na pesquisa afirmaram concordar com esta afirmação — 7% totalmente e 7%, em parte.

Nas regiões metropolitanas do país, a repulsa à mineração nas áreas demarcadas é de 87%; no interior, de 85%. Enquanto 83% dos homens se colocaram contra a prática, 88% das mulheres fizeram o mesmo. Na faixa de 16 a 24 anos, 84% discordam da exploração, mesmo patamar do segmento de 60 anos ou mais. Na idade de 25 a 34 anos sobe para 87%.

Ainda segundo o Datafolha, 87% dos entrevistados com ensino superior disseram discordar da entrada das empresas, assim como 84% dos que estudaram até o ensino fundamental. Nas Classes de renda A/B/C, a rejeição é de 86%; na D/E, de 85%.

O governo federal já finalizou a minuta de um projeto de lei que prevê a regulamentação da mineração em terras indígenas, uma das principais promessas de campanha do presidente. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o projeto prevê que os povos indígenas terão poder para vetar a exploração em suas terras e receberão royalties sobre o que for extraído. Lideranças indígenas ouvidas pela reportagem, no entanto, criticam a forma como o governo conduziu a elaboração do projeto. Argumentam que não foram consultadas e que pode haver coação nas aldeias.

Um relatório divulgado no fim de 2018 pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg) identificou pontos de garimpos ilegais em 18 áreas reservas indígenas no Brasil. Só na Amazônia, há 453 pontos e áreas de exploração ilegal.

SIGA-NOS NO Jornal VoxMS no Google News

VoxMS - Notícia de Verdade