11 de Maio de 2024

GCM vítima de explosão e incêndio em escola morre na Santa Casa

Acidente fatal expõe a política de desvalorização da categoria implementada pela gestão Adriane Lopes

Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2024 - 14:10 | Redação

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GCM vítima de explosão e incêndio em escola morre na Santa Casa
O GCM Célio Marcos Lopes Guimarães faleceu nesta sexta-feira na Santa Casa (Acervo Pessoal)

O guarda civil municipal Célio Marcos Lopes Guimarães, 52, que sofreu queimaduras graves em incêndio ocorrido no dia 7 de janeiro numa escola na Capital morreu nesta sexta-feira (26) na Santa Casa, onde estava internado desde a data do acidente. A morte do servidor demonstra o risco aos quais os GCMs estão expostos em função da forma irresponsável como a gestão Adriane Lopes lida com a segurança pública.

Célio Guimarães foi vítima de explosão, seguida de incêndio, quando no dia 8 de janeiro cumpria escala de trabalho na Escola Municipal Antônio José Paniago, no Jardim Itamaracá, em Campo Grande. 

Ele tentava acender o fogareiro industrial existente na escola para esquentar a marmita que trouxera de casa, quando ocorreu a explosão. As chamas atingiram apenas a cozinha da unidade escolar.

No momento do incêndio, o rapaz foi socorrido pelo pedreiro Jean Carlos Alves e a mãe dele, a cozinheira Divanilda Alves Ferreira, que moram próximo à escola e estavam na calçada de casa no momento da explosão. Eles conseguiram ouvir os gritos com pedido de socorro do guarda.

A Guarda Civil e Corpo de Bombeiros foram acionados e chegaram rapidamente. Contiveram as chamas e encaminharam o servidor para a Santa Casa, onde ele faleceu na manhã desta sexta-feira.

Familiares de Célio informaram que durante a internação ele teve infecção generalizada, o que acabou causando outras complicações, como a trombose. “Cada dia era uma coisa”, disse ao Vox MS a ex-esposa dele, Tatiana Adorno Martins Guimarães.

Descaso da prefeita

O presidente do Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Campo Grande, Hudson Bonfim, se manifestou nesta sexta-feira, anunciando que a categoria está de luto e criticando o descaso com que a gestão Adriane Lopes trata os GCMs.

Ao Vox MS ele disse que até na definição dos valores do auxílio-alimentação a categoria é negligenciada. “Enquanto que administrativos e outras colegas recebem R$ 750,00 mensais, nós temos direito a apenas R$ 494,00”, afirmou.

Como estão escalados para cuidar de prédios públicos, como escolas, e também para a realização de policiamento preventivo em rondas nas viaturas, esses profissionais não têm como deixar seus postos para almoçar em casa.

“Os que estão alocados em prédios ainda podem levar a marmita de casa, mas os que estão nas ruas não podem parar a operação. Na maior parte das vezes a gente compra o marmitex e tira alguns minutos para se alimentar, seja na viatura ou nas delegacias”, explicou Bonfim.

Adicional de periculosidade

Outra situação que comprova o descaso da gestão Adriane Lopes com a categoria está na teimosia da prefeita de não pagar o adicional de periculosidade. Nem mesmo decisão judicial mandando pagar o benefício é cumprida.

“Em 2022 ela enviou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para a Câmara Municipal com a previsão de pagamento, em janeiro de 2023, do adicional de periculosidade. Ela não apenas não pagou como também entrou na Justiça para se livrar do cumprimento de uma lei que ela própria elaborou e sancionou”, explicou Hudson Bonfim.

“A categoria é totalmente desvalorizada. Não teve direito a receber a reposição da inflação em 2023, muito menos os quinquenios e letras, além do adicional de periculosidade. Isso sem levar em conta que o próximo reposicionamento da categoria vence na quarta-feira que vem, dia 31”, disse o advogado Márcio Almeida, que representa os GCMs nas ações judiciais.

 

 

 

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