29 de Março de 2024

STF afasta ministro do Trabalho por fraude

Quinta-feira, 05 de Julho de 2018 - 04:56 | Redação

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STF afasta ministro do Trabalho por fraude

Operação da Polícia Federal deflagrada na manhã de hoje investiga a possível existência de organização criminosa que atuava na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho. Por conta disso, o ministro do Trabalho, Helton Yomura, que é interino, foi afastado do cargo por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a Polícia Federal, Yomura agiria como "testa de ferro" dos interesses da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) e de seu pai, Roberto Jefferson (PTB-RJ). Ainda de acordo com a PF, ele agia ativamente para realizar e coordenar desvios na pasta.

Cristiane Brasil chegou a ser indicada pelo presidente Michel Temer para assumir a pasta no início do ano, mas foi impedida por ter sido processada e condenada justamente na Justiça do Trabalho, por ex-funcionários. Ela também teria usado contas de uma outra funcionária para realizar o pagamento de suas condenações.

Essa é a terceira fase da Operação Registro Espúrio. Os policiais federais cumprem desde cedo dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária, em Brasília e no Rio de Janeiro. Os mandados foram todos expedidos pelo Supremo. Um dos mandados de busca e apreensão ocorre no gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP). O chefe do gabinete do parlamentar foi preso.

“Além das buscas, a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, serão impostas aos investigados medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores da pasta, bem como a suspensão do exercício do cargo”, diz a nota da PF.

A PF diz ainda que a ação desta quinta-feira decorre de investigações e da coleta de material nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio, que indicam para a participação de novos suspeitos e “apontam que importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com pessoas comprometidas com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas praticadas na pasta”.

Deflagrada pela primeira vez em maio, a Registro Espúrio teve 23 mandados de prisão e 64 de busca e apreensão. Na época, as investigações apontavam para fraudes de concessões de registros sindicais que chegariam ao valor de R$ 4 milhões. O ministro do Trabalho, porém, só foi afastado nesta terceira fase.

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