19 de Abril de 2024

Deputado Luiz Ovando continua divulgando notícias falsas

Terça-feira, 14 de Dezembro de 2021 - 03:26 | Redação

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Deputado Luiz Ovando continua divulgando notícias falsas

O deputado federal Luiz Ovando (PSL), eleito na onda bolsonarista de 2018, continua usando seus perfis nas redes sociais para disseminar notícias falsas. Agora, ele se aproveita das incertezas geradas pela variante do novo coronavírus, denominada Ômicron, para reforçar o incentivo para que a população utilize medicamentos comprovadamente sem eficácia para evitar a contaminação pela Covid-19, como a ivermectina e hidroxicloroquina.

Em post no Instagram no final de novembro, ao classificar a definição da nova variante Ômicron como “apelido”, Luiz Ovando faz breve comentário a respeito da necessidade de as pessoas aumentarem os cuidados para evitar serem infectadas, principalmente respeitando as medidas sanitárias preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, e faz três recomendações à população.

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Uma delas é para que as pessoas não aceitem a realização do carnaval em suas cidades, a fim de evitar aglomerações, sugerindo ainda que nas festas de fim de ano todos continuem cautelosos. Na sequência, ele defende a vacinação como forma de as variantes serem barradas pelo sistema imunológico.

Ele ia bem até a segunda recomendação, pois ao chegar à terceira, cravou uma das notícias falsas mais notórias em tempo de pandemia: a de que medicamentos como a ivermectina e a hidroxicloroquina são eficazes no “tratamento preventivo” contra a Covid-19, balela já descartada por dezenas de estudos científicos ao redor do mundo.

Deputado Luiz Ovando continua divulgando notícias falsas Uso "preventivo"

“Diante do aumento de casos em sua cidade ou região, começe a usar a ivermectina preventivamente a cada 15 dias ou siga a orientação do seu médico. Você pode fazer a prevenção por medidas sanitárias, vacinas ou remédios como a ivermectina e a hidroxicloroquina. E funcionam. Seja perspicaz”, diz o deputado bolsonarista, que é médico.

Até a Associação Médica Brasileira, que inicialmente posicionou-se a favor do uso dos fármacos e da “autonomia do médico” para receitar essas drogas, em função da falta de estudos científicos voltou atrás e sugeriu que os remédios sejam “banidos” quando relacionados à Covid-19.

“Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”, diz a AMB.

Vermífugo

A ivermectina é um vermífugo usado para promover a eliminação de vários parasitas do corpo. O medicamento faz parte do chamado "Kit Covid", voltado ao suposto "tratamento precoce" da doença. O presidente Jair Bolsonaro costuma defender o uso desses remédios, mesmo sem comprovação de eficácia por estudos científicos.

a MSD, farmacêutica responsável pela fabricação da ivermectina, informou em comunicado que não há dados disponíveis que sustentem a eficácia do medicamento contra a Covid-19.

Com o avanço da vacinação, esse tema, aliás, não deveria nem mais estar em voga. A insistência de deputados como Luiz Ovando demonstra a necessidade urgente de o eleitor renovar os nomes que integram a classe política brasileira. Médicos anti-Ciência é o que o mundo menos necessita nos tempos atuais.

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