28 de Março de 2024

Já passa de dez o número de denúncias contra Marquinhos Trad

Quinta-feira, 28 de Julho de 2022 - 07:22 | Redação

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Já passa de dez o número de denúncias contra Marquinhos Trad

É cada vez mais complicada na esfera criminal e eleitoral a situação do ex-prefeito e candidato a governador Marquinhos Trad em função das denúncias de crimes sexuais em investigação na Delegacia de Atendimento à Mulher - DEAM.

Em entrevista ontem em Campo Grande, o governador Reinaldo Azambuja disse que já soma mais de 10 o número de mulheres que formalizaram denúncias contra o político.

Já passa de dez o número de denúncias contra Marquinhos Trad

Na avaliação do governador Reinaldo Azambuja, o número tende a aumentar, já que diversas mulheres vêm procurando a delegacia para agendar a formalização da queixa e a tomada de depoimentos por meio do disque denúncia (67) 99324-4898, que permanece 24 horas em posse da delegada Maira Pacheco Machado, responsável pelo inquérito na DEAM.

Segundo o governador, o aumento do número de vítimas já era esperado. Ele disse que existe um padrão, como ocorreu nos casos de maníacos sexuais como o médium João de Deus e o médico Roger Abdelmassih.

“Após os primeiros casos serem noticiados pela imprensa, as demais vítimas se sentem encorajadas para procurar a polícia e formalizar as denúncias”, disse.

Defesa atrapalhada

Ontem, na desesperada tentativa de defender o irmão, o deputado federal Fábio Trad anunciou que iria solicitar ao MPE que este investigasse o secretário de Segurança, Antônio Carlos Videira, por supostas ameaças que este teria feito a Marquinhos em um grupo de WhatsApp.

Na conversa, cujos prints serão anexados à representação no MPE, Videira escreveu: “não respeita ninguém, nem mirim”, ao se referir a Marquinhos e pedir a ele que respeitasse a polícia. Marquinhos havia criticado em vídeo publicado nas redes sociais ação da PM em Naviraí que terminou com um indigena morto e 3 policiais feridos.

na conversa com Marquinhos pelo WhatsApp, Videira se referia aos guardas mirins, mantidos pela prefeitura de Campo Grande e que trabalham na estrutura do município até que completem maioridade. “Ruim é o senhor registrar em grupos que eu mexo com Mirim”, retruca Trad em outro trecho do diálogo.

Ao procurar o MPE, Fábio Trado criou a oportunidade de o irmão se explicar publicamente e esclarecer de uma vez por todas, à população, sobre o que se trata essa história de guarda mirim, tão falada nas últimas semanas e que dominaram as conversas de botequim, redes sociais e grupos de whatsapp.

O que se sabe a respeito é que Marquinhos respondeu, em 2018, a procedimento no Tribunal de Justiça por ter assediado uma guarda mirim, menor de idade. Não se sabe quais foram os resultados pela apuração, que tramitou sob segredo de justiça.

Já passa de dez o número de denúncias contra Marquinhos Trad

Mais patetadas

Por sua vez, o também irmão de Marquinhos, senador Nelsinho, veio a público anunciar que irá solicitar ao ministro da Justiça, Anderson Torres, proteção da Polícia Federal ao candidato, que estaria sendo ameaçado.

Federalizar suposto crime de ameaça por conta de puladas de cerca e crimes de natureza sexual é jogar o dinheiro público na lixeira. Vai expor ainda mais o ex-prefeito, pois manter a Polícia Federal na cola dele terá elevado custo financeiro.

"Defesa" jurídica

Na última terça-feira, a imprensa foi convocada pela assessoria do ex-prefeito para uma coletiva de imprensa. Para surpresa dos jornalistas que atenderam ao convite, Marquinhos Trad não compareceu à reunião com a imprensa, talvez porque estivesse em evento político de importância mais relevante do que a agendada para tratar do inquérito a respeito dos crimes sexuais.

Apenas duas advogadas estavam no local do evento. Elas anunciaram que uma das quatro mulheres que inicialmente fizeram as denúncias teria se arrependido e voltado atrás nas acusações. Tudo seria uma grande armação política contra Trad.

Essa mulher teria registrado em cartório termo de declaração sobre o tal arrependimento. Teria afirmado ter recebido R$ 2 mil para fazer as denúncias de crimes sexuais contra Marquinhos Trad. E teria dito ainda que parte das denunciantes seriam prostitutas aliciadas por uma cafetina.

Mais dúvidas

A coletiva acabou criando mais dúvidas ainda: quem pagou a taxa cartorária? Por que as advogadas de Trad não encaminharam essa mulher supostamente arrependida à DEAM, canal legítimo para ela se retratar?

Como saber se essa mulher arrependida é de fato uma das quatro que inicialmente denunciaram Marquinhos Trad se a sua identidade até agora não foi revelada? Onde está a declaração em cartório com a suposta retratação? A polícia garante que até agora não recebeu nenhum documento nesse sentido.

Inicialmente, em vídeos nos quais aparecem assessores do primeiro escalão de Marquinhos conversando com uma suposta cafetina, esta diz que membros do governo do Estado ofereceram 150 mil para ela plantar as denúncias contra Trad, arregimentando outras denunciantes interessadas em receber dinheiro.

O valor caiu bastante, já que a mulher que teria registrado documento em cartório fala em R$ 2 mil. Para piorar ainda mais a situação de Marquinhos, as advogadas tentaram desqualificar parte das vítimas, afirmando que se trata de garotas de programa.

Como se a profissão delas as tornassem imunes aos crime de assédio sexual e estupro. Mesmo sendo prostitutas, são mulheres.

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