09 de Maio de 2024

Brasil é apontado como o 11º país com maior índice de escravidão

Quarta-feira, 24 de Maio de 2023 - 14:30 | Redação

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Brasil é apontado como o 11º país com maior índice de escravidão

Levantamento divulgado pela Global Slavery Index 2023 nesta quarta-feira (24) aponta que o Brasil possui mais de 1 milhão de pessoas vivendo em situação de "escravidão contemporânea".

A pesquisa é feita pela organização Walk Free, que trabalha com direitos humanos e produz dados acerca da escravidão no mundo.

Os dados utilizados na pesquisa são de 2021 e mostram que cerca de 49,6 milhões de pessoas se encontram em situação de escravidão no mundo, sendo cerca de 1,05 milhão apenas no Brasil.

Brasil é apontado como o 11º país com maior índice de escravidão

A organização ainda aponta que entre 2018 e 2021 o número de escravos contemporâneos aumentou, com mais de 10 milhões de indivíduos assim considerados.

Segundo a organização, o Brasil se encontra na 11ª posição entre os países que têm o maior número de pessoas em estado de escravidão contemporânea. O ranking possui cerca de 160 nações.

A lista é liderada pela Índia (com 11 milhões), China (5,8 milhões) e Coreia do Norte (2,3 milhões). O top 10 fecha com os Estados Unidos, com cerca de 1,1 milhão de pessoas em tais condições.

A pesquisa fez o cálculo levando em conta o número total de habitantes em cada país para ver o percentual de ocorrência de  escravidão contemporânea em cada caso.

Com isso, a Coreia do Norte acaba liderando o ranking, com 104 pessoas escravizadas a cada mil habitantes, seguida da Eritreia (90 pessoas) e da Mauritânia (32 pessoas).

Nesta perspectiva, o Brasil apresenta cerca de 5 pessoas escravizadas por mil habitantes, sendo classificada como "média/baixa" a ocorrência.

A Walk Free promoveu o levantamento pela quinta vez, se baseando em fatores individuais e sociais sobre a  escravidão em cada país.

São feitas entrevistas e coleta de dados quantitativos. Neste levantamento, pode-se verificar que 87 dos países analisados consideram o trabalho forçado como crime e 137 tratam como crime de tráfico humano.

Eles ainda identificaram que "quase todos os governos do mundo se comprometeram a erradicar a escravidão moderna por meio de suas legislações e políticas nacionais", mas que o processo segue "estagnado" desde 2018.

O que o estudo mostra é que o trabalho escravo tem prevalecido em países com baixa renda, situação ligada às demandas dos países com alta renda.

Com isso, pode-se analisar que em 2021 os Estados participantes do G20 — com o Brasil incluso — movimentou US$ 468 bilhões em importações de produtos que podem estar ligados ao trabalho escravo.

Deste montante, cerca de US$ 243,6 bilhões advêm de produtos eletrônicos e US$ 160,6 bilhões do mercado de roupas e têxtil. Os Estados Unidos segue no primeiro lugar de importações, seguido pelo Japão e Alemanha.

Seguindo nesta análise, o Brasil fica em 15º lugar, movimentando cerca de US$ 5,6 bilhões em produtos com riscos de  trabalho escravo.

Os setores dos quais o país importou são relacionados a óleo de palma e painéis solares, vindo principalmente da China, Indonésia e Bangladesh. O estudo aponta que o  Brasil tem também produtos advindos do trabalho escravo na produção de café, cana-de-açúcar, madeira, carne bovina e roupas.

A Walk Free citou um destaque positivo para o Brasil pela divulgação da "Lista Suja do Trabalho Escravo", que tem sido feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), criada em 2003.

A versão mais recente publicada é de abril deste ano, à qual foram acrescentadas 132 nomes de empregadores flagrados explorando trabalhadores de forma análoga à escravidão.

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