20 de Maio de 2024

Copom ignora setor produtivo e mantém taxa Selic em 13,75%

Quarta-feira, 21 de Junho de 2023 - 15:06 | Redação

imagem
Copom ignora setor produtivo e mantém taxa Selic em 13,75%

Apesar da forte ofensiva do governo e após ignorar o setor produtivo e empresarial em prol da queda dos juros, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (21) manter a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida, desde agosto de 2022.

O comunicado do Banco Central reforçou que segue adotando "cautela e parcimônia", mas não trouxe indicação de queda na próxima reunião, como era o esperado por boa parte do mercado.

"O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirmou o BC, em nota, após reunião do Copom.

A maioria do mercado prevê que o BC inicie o ciclo de flexibilização em agosto, exatamente um ano após finalizar o aperto monetário mais longo de sua história.

Cenário inflacionário

Desde a reunião do Copom em maio, um conjunto de notícias favoráveis se acumularam no cenário inflacionário e foram reconhecidas por membros do colegiado. A aposta é uma em sequência de quatro quedas no segundo semestre.

"Chama a atenção no comunicado o fato de o comitê ainda não sinalizar que teremos corte de juros na próxima reunião, o que vai contra o que o mercado esperava e revela o tom hawkish do comunicado. Todavia, na minha visão, o cenário atual está melhor que o esperado e isso deve se materializar em corte em algum momento no ano de 2023", avalia o economista Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

Histórico

Iniciada em março de 2021, a escalada da taxa Selic até o maior patamar desde o fim de 2016 teve o objetivo de conter o avanço da inflação. No período, 12 altas seguidas resultaram na elevação dos juros básicos de 2% ao ano para 13,75% ao ano, nível atingido em agosto do ano passado e mantido até agora.

O último recuo da Selic ocorreu em agosto de 2020, quando a taxa passou de 2,25% ao ano para 2% ao ano, o menor patamar da história. O nível persistiu até março de 2021, quando a alta da inflação resultou em 12 altas consecutivas dos juros básicos até o atual patamar, o maior nível dos últimos seis anos.

SIGA-NOS NO Jornal VoxMS no Google News

VoxMS - Notícia de Verdade