Candidatura de Marquinhos Trad sob ameaça por causa de crimes sexuais

As denúncias de crime sexual contra o ex-prefeito Marquinhos Trad já começam a colocar em risco a manutenção de sua candidatura a governador. O primeiro estrago foi constatado nesta terça-feira, quando a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, descartou qualquer possibilidade de o PT em Mato Grosso do Sul estar no mesmo palanque do PSD, partido de Trad, por conta das investigações.

A convenção para a escolha do candidato do PSD a governador acontece neste sábado, dia 30 de agosto, em evento programado também para a escolha do candidato ao Senado. Marquinhos Trad e o juiz aposentado Odilon de Oliveira são os indicados para as duas vagas.

Por conta das investigações abertas contra Marquinhos Trad pela Delegacia de Defesa e Proteção à Mulher (DEAM) para apurar crimes de assédio sexual, estupro, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual e importunação sexual, o ex-prefeito poderá ser substituído pelo juiz aposentado como cabeça de chapa na majoritária.

Segundo o site de notícias Midiamax, o recuo do PT com relação ao apoio a Marquinhos dá-se no momento em que as negociações nesse sentido estavam avançando. De acordo com o site, as conversas estavam bem adiantadas e algumas correntes internas já davam como certo que a pré-candidatura de Giselle Marques seria retirada para apoiar o pré-candidato do PSD.

Tentativa de defesa

Nesta terça-feira, com base em matéria publicada na versão online da Revista Veja, as advogadas de Marquinhos Trad até que tentaram desqualificar as denúncias formalizadas pelas 8 mulheres que figuram como vítimas no inquérito que tramita na DEAM. No entanto, acabaram passando por grande constrangimento, pois não conseguiram provar nenhuma das informações que constam do texto de Veja, que trouxe a “informação” de que uma “garota de programa” não identificada teria registrado em cartório declaração na qual teria afirmado receber R$ 2 mil (não se sabe de quem) para denunciar Trad falsamente.

Sem provas

O comprovante da suposta transferência dos R$ 2 mil, via pix, não foi apresentado. Também não foi mostrado o documento registrado em cartório pela “garota de programa” – que seria uma das 8 vítimas que figuram no inquérito. Como sua identidade não foi revelada, não há como saber se de fato é uma das autoras das denúncias. A defesa de Trad garante que não são 8, mas sim 4 vítimas.

O enredo prosaico apresentado pela defesa de Marquinhos Trad com base na matéria de Veja ficou mais frágil ainda diante do fato de que falsa denúncia é crime, passível de punição.

Portanto, não faz o menor sentido a suposta “vítima arrependida” de estupro ter bancado com recursos próprios o custo com o registro de sua declaração em cartório diante da cobrança de míseros R$ 2 mil para denunciar o ex-prefeito pelos crimes sexuais.

Pesquisa vencida

A “reportagem” de Veja traz ainda mais um componente hilário: a informação de que Marquinhos Trad é vítima de armação por parte dos adversários pelo fato de liderar as pesquisas de opinião.

Para tanto, a revista se vale de pesquisa realizada em 14 de junho – já estamos quase em agosto – pelo instituto Real Time Big Data. Surreal, na qual Trad aparece na primeira colocação, apenas 1 ponto percentual à frente do segundo colocado. Surreal. Marketing

Para tentar dar a volta por cima, sabe-se que Marcos Trad ampliou o seu time de marqueteiros. Mas não é disso que ele precisa. Ele precisa, mesmo, é reforçar o seu time de advogados, pois não se trata de questão política, mas sim de polícia.