23 de Abril de 2024

Ministro do STF lembra que Forças Armadas não se vinculam ao governo

Segunda-feira, 04 de Maio de 2020 - 04:10 | Redação

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Ministro do STF lembra que Forças Armadas não se vinculam ao governo

O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Luís Roberto Barroso disse ontem em entrevista à Globonews que é "preocupante" a afirmação do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que possui apoio das Forças Armadas. Ao comparecer a um ato antidemocrático contra o STF, o Congresso e o ex-ministro Sergio Moro, Bolsonaro declarou que não vai mais "admitir interferência" em seu governo e que chegou "ao limite".

"A mim, pessoalmente, só me preocupou uma coisa: a invocação de que as Forças Armadas apoiavam o governo. E aí eu acho que este é um fato que traz algum grau de preocupação, porque as Forças Armadas são instituições do Estado, subordinadas à Constituição e, portanto, elas não estão dentro de governo, vinculadas a governo algum. E, portanto, não se deve arremessar as Forças Armadas no varejo da política. Isso foi o que aconteceu na Venezuela, com os resultados que nós verificamos", disse Barroso à Globonews.

Na véspera do ato deste domingo, que contou com ataques ao STF e ao Congresso, Bolsonaro havia se reunido com os comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha no Palácio da Alvorada. Também participaram do encontro ministros militares do governo, como o titular da Defesa, Fernando Azevedo.

Apesar da reprovação ao discurso adotado por Bolsonaro diante de seus apoiadores neste domingo, Barroso disse que não há crise institucional.

"O Congresso Nacional rejeitou Medidas Provisórias do presidente da República e elas deixaram de vigorar. Portanto, a Constituição foi cumprida. O Supremo Tribunal Federal proferiu decisões contrárias a atos do presidente e essas decisões foram observadas. E, portanto, a Constituição foi cumprida, de modo que eu, até este momento, não vislumbro vestígio de crise institucional", acrescentou o ministro.

Barroso argumenta que aprendeu a "prestar atenção nos fatos, e não nas palavras ou na retórica política". Ele também disse que não acredita na possibilidade de que militares possam ultrapassam os limites da Constituição .

"Duvido que as Forças Armadas se prestem a esse papel de ingressar no varejo político e no debate político ordinário".

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