21 de Maio de 2024

MP divulga e-mail para denúncias contra crimes no Discord

Terça-feira, 27 de Junho de 2023 - 15:31 | Redação

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MP divulga e-mail para denúncias contra crimes no Discord

A Procuradoria-Geral de Justiça disponibilizou um endereço de e-mail para as vítimas acionarem o Ministério Público do estado de São Paulo (MPSP) para registrar denúncias contra atos ilícitos de intolerância e misoginia cometidos por meio virtual e eletrônico na plataforma Discord.

Por meio do endereço [email protected] serão acolhidas e ouvidas as queixas para que os responsáveis sejam incriminados. A ação faz parte da força-tarefa criada em maio pela Procuradoria-Geral de Justiça para o combate desses crimes.

MP divulga e-mail para denúncias contra crimes no Discord

"É importante ressaltar que são atos criminosos e não apenas desafios praticados por crianças e adolescentes. A maioria dos delitos é praticada por adultos que se aproveitam da vulnerabilidade da plataforma em relação a crianças e adolescentes para viabilizar e disseminar atrocidades”, disse a integrante do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi), Maria Fernanda Balsalobre Pinto.

Pedofilia

Segundo o promotor de Justiça e membro do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp), Danilo Pugliesi, embora crimes individuais e episódios isolados ocorram na internet e devam ser combatidos, no caso específico da plataforma Discord há um discurso estruturado de ódio e práticas contínuas de desumanização.

Aplicativo popular entre os jovens, o Discord vem sendo alvo de investigações por ter canais com conteúdos que fazem apologia ao nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual.

O Discord oferece chat de voz, texto e vídeo e é bastante utilizado por gamers para se comunicar com amigos e outros usuários ao jogar online.

Crimes online

O aplicativo, entretanto, vem sendo usado por criminosos para circular conteúdos violentos. Semelhante ao WhatsApp, o aplicativo dá ao usuário a possibilidade de entrar em diferentes salas de conversa com amigos ou pessoas desconhecidas.

Na resolução que instituiu a força-tarefa, o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, considera que crianças e adolescentes, sempre do gênero feminino, são submetidos a práticas sexuais abusivas, por meio de provedores de aplicação, redes sociais de diferentes comunidades e jogos eletrônicos online, onde são exibidos conteúdos ilícitos para usuários por meio de bate-papo.

A investigação do MPSP tem desdobramentos na esfera criminal e no âmbito da tutela coletiva.

Bandidos presos

Policiais civis do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam hoje (27) um jovem de 19 anos suspeito de participar de um grupo que aliciava crianças e adolescentes por meio da rede social de games Discord e as estuprava.

O jovem se apresentou à unidade policial do Carandiru, na zona norte da capital. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), contra ele havia um mandado de prisão temporária.

Ele é suspeito de estuprar pelo menos uma adolescente de 13 anos, de Santa Catarina, que o denunciou à polícia. Ela contou aos investigadores que conheceu o suspeito pelo Discord e se mudou para São Paulo, onde passou a morar na casa dele e foi estuprada.

Quadrilha

Além do jovem, que não teve a identidade divulgada pela Polícia Civil, outros três foram presos: Vitor Hugo Souza Rocha, 21, Gabriel Barreto Vilares, 22, e William Maza dos Santos, 20 — este último foi denunciado pela deputada federal Duda Salabert como autor de ameaças de morte e estupro dela e de sua filha de quatro anos.

A Polícia Federal já identificou dez vítimas de tortura virtual no Discord, segundo reportagem do Fantástico (Globo) exibida no domingo (25).

Izaquiel Tomé dos Santos, conhecido como Dexter, preso em abril, admitiu ter chantageado as garotas para que elas se mutilassem.

Mutilação e tortura

Uma das vítimas, de 15 anos, detalhou à Globo como era a tortura. "Ele mandava cortar o nome dele nas partes íntimas e ficava falando que, se eu não fizesse tal coisa em tal hora, ele iria me expor".

O chefe de segurança do Discord, Clint Smith, afirmou que a empresa trabalha para acabar com o discurso de ódio e conteúdo inapropriado no aplicativo. 

"O Discord não tolera comportamento odioso. Somos um produto gratuito para mais de 150 milhões de usuários ao redor do mundo. De tempos em tempos, conteúdo e comportamento ruim vão acontecer. Trabalhamos ativamente para remover esse conteúdo", disse.

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