26 de Abril de 2024

Após cloroquina, Bolsonaro defende uso de medicamentos sem seguir a bula

Segunda-feira, 20 de Julho de 2020 - 10:03 | Redação

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Após cloroquina, Bolsonaro defende uso de medicamentos sem seguir a bula

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso de medicamentos sem comprovação científica ou necessidade de seguir orientações da bula no tratamento de doenças. A declaração foi feita na manhã desta segunda-feira em sua conta oficial do Twitter .

"É importante lembrar que o uso off label (fora da bula) de medicamentos é consagrado na medicina, desde que haja clara concordância do paciente. E que, sem a prática do off label, diversas doenças ainda estariam sem tratamento", escreveu Bolsonaro, que citou um trecho descontextualizado de uma das publicações da Associação Médica Brasileira (AMB).

Após cloroquina, Bolsonaro defende uso de medicamentos sem seguir a bula

No texto, a AMB trata de forma específica sobre a hidroxicloroquina e reforça que "não existem estudos seguros" sobre a eficiência do tratamento da covid-19.

"Médicos, entidades, políticos, influenciadores e palpiteiros seguem monitorando estudos sobre o uso de hidroxicloroquina em pacientes acometidos pela covid-19. Uns procurando provas de que se trata da salvação. Outros, de que é puro placebo. Ou pior: veneno (mesmo diante do fato de que os efeitos adversos são limitados e conhecidos há mais de cinco décadas). Muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário", diz o texto.

No fim do texto, a AMB fala sobre o "off label" de medicamentos e diz que "não se trata de apologia", mas de "respeito aos padrões éticos e científicos construídos ao longo dos séculos".

"Não podemos permitir que ideologias e vaidades, de forma intempestiva, alimentadas pelos holofotes, nos façam regredir em práticas já tão respeitadas. Não se pode clamar por ciência e adotar posicionamentos embasados em ideologia ou partidarismo, ignorando práticas consolidadas na medicina. Isso é um crime contra a medicina, contra os pacientes e, sobretudo, contra a própria ciência", conclui a publicação, que vai ao encontro do que Bolsonaro orientou nas redes.

Isolado após contrair a covid-19, Bolsonaro chegou a fazer propagandas de fármacos não recomendados por especialistas para tratar o novo coronavírus.

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