25 de Abril de 2024

Covid-19: Marquinhos Trad assume o risco por mais mortes na Capital

Terça-feira, 15 de Junho de 2021 - 04:44 | Redação

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Covid-19: Marquinhos Trad assume o risco por mais mortes na Capital

Mesmo diante da falta de leitos de UTI para pacientes Covid com quadro grave de saúde e do aumento expressivo do número de mortos pela doença em Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad não aguentou a pressão do setor empresarial e decidiu contrariar a legislação estadual, alterando por decreto o grau de classificação de risco do município.

Desde ontem está liberada a abertura do comércio e a retomada das atividades econômicas. Apesar do colapso na Saúde em Mato Grosso do Sul, a tendência é de piora, pois o exemplo de Marquinhos poderá ser seguido por outros prefeitos. A maneira errática como ele vem se posicionando em meio à crise sanitária desde o ano passado demonstra a sua total incapacidade para lidar com o problema.

Covid-19: Marquinhos Trad assume o risco por mais mortes na Capital

Na última sexta-feira o Programa de Saúde e Segurança na Economia (Prosseguir), do Governo do Estado, publicou a reclassificação das condições sanitárias de todos os 79 municípios do Estado. Epicentro da pandemia, com 3.071 das 7.517 mortes provocadas pela Covid-19 até agora, Campo Grande e outras 42 cidades passaram da bandeira vermelha para a cinza, ou seja, de grau alto de contágio para grau extremo.

A bandeira define o grau de restrição das atividades permitidas em cada município, com reflexos no funcionamento do comércio, indústria e demais setores de serviços. Em Campo Grande, além de ampliar o período do toque de recolher, a reclassificação estabeleceu a suspensão de grande parte das atividades comerciais, inclusive de bares, restaurantes e lanchonetes.

Mais prazo

As novas restrições deveriam ter entrado em vigor na sexta-feira passada, tendo com base o Decreto 15.693, de 9 de junho de 2021,  mas por conta do Dia dos Namorados e em função da pressão do setor produtivo, Marquinhos Trad enviou oficio à Secretaria de Saúde e pediu prorrogação de 72 horas para a entrada em vigência da norma, reconhecendo ainda o seu efeito vinculante, para providenciar os meios necessários ao cumprimento da medida.

No documento, Marquinhos Trad informa ainda a instalação de 10 novos leitos de UTI como justificativa para a prorrogação da vigência do decreto.  Por sua vez, o setor produtivo tentou derrubar na Justiça os efeitos da norma, mas sem sucesso.

Mais pressionado ainda após a derrota do setor produtivo na Justiça, o prefeito se viu acuado e ontem decidiu criar coragem e peitar o governo do Estado, publicando decreto e alterando por conta própria, de grau extremo para alto, a classificação sanitária do município de Campo Grande.

Fora de controle

Se mesmo com restrições mais severas grande parte da população ignorava a gravidade da pandemia em Campo Grande, com a flexibilização das medidas sanitárias é grande o risco de a situação sair do controle. Isso significa mais mortes por conta de um sistema de Saúde já em colapso em função do grande número de infectados.

Diante disso, o Governo do Estado emitiu nota alertando que a responsabilidade sobre eventual piora da situação será do prefeito, instando ainda o Ministério Público a se manifestar, caso a instituição julgue ser essa a medida necessária para conter os arroubos irresponsáveis do prefeito.

Já Marquinhos Trad voltou a subir no palanque e anunciou que a culpa pelo elevado grau de disseminação da doença não é dos comerciantes. Ele só não soube apontar quem seriam os culpados, resposta que poderia começar a aparecer se ele se ele se postasse diante de um espelho.

Situação gravíssima

Do dia 10 a 14 de junho, 89 pessoas perderam a luta para a doença na Capital, principalmente em função da falta de leitos. O recrudescimento do contágio pela doença provocou o colapso da Saúde em Campo Grande, que registrou mais de 100% de ocupação de leitos hospitalares, colocando mais de 200 pessoas na fila a espera de vagas para internação.

A situação levou o governo do Estado a exportar pacientes. Até agora, 34 deles estão sendo atendidos em hospitais em São Paulo e Rondônia. Nem mesmo esse quadro sensibilizou o prefeito Marquinhos Trad, que fiel à própria tradição de administrar de forma populista e irresponsável, decidiu ontem, por decreto, reconduzir Campo Grande à bandeira vermelha do Prosseguir. A conta está a caminho.

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