29 de Março de 2024

Covid-19: número de mortos subiu de 12 para 144 em 30 dias na Capital

Segunda-feira, 03 de Agosto de 2020 - 06:55 | Redação

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Covid-19: número de mortos subiu de 12 para 144 em 30 dias na Capital

O número de óbitos provocados pela covid-19 em Campo Grande teve aumento de mais de 1.000 por cento nos últimos 30 dias, conforme demonstram boletins epidemiológicos publicados pela Secretaria Municipal de Saúde – Sesau. No dia 1º de julho foram 12 mortes, número que saltou para 144 até o dia de ontem, 2 de agosto. Os casos confirmados de contaminação saltaram de 2.499 para 11.104 no mesmo período.

No pior momento da pandemia na Capital, os números aumentam por conta da irresponsabilidade de parcela significativa da população, que não cumpre as medidas de prevenção estabelecidas pelas autoridades da área da Saúde, e ainda por iniciativas populistas do prefeito Marquinhos Trad, que decidiu flexibilizar o isolamento social.

Segundo os números da Sesau, até o dia 1º de junho 7 pessoas morreram vítimas da covid-19 em Campo Grande, número que saltou para 12 em 1º de julho. A quantidade de pessoas com resultado de testes positivos para a doença somava 312 em 1º de junho e 2.499 em 1º de julho. Apesar do aumento do número de contaminados, em função dos poucos óbitos a Capital era considerada "exemplo nacional" no combate à pandemia.

No decorrer de julho, no entanto, a situação se complicou. Com o aumento exponencial no número de mortes e com a disseminação fora do controle, o prefeito Marquinhos Trad passou a agir de maneira errática, publicando decretos que ao invés de ajudar no combate à pandemia, confundiu ainda mais a população. Norma publicada em determinado dia era alterada antes mesmo de completar 24 horas em vigor. O período do toque de recolher, por exemplo, foi alterado várias vezes.

Esses e outros fatores fizeram com que ao final de julho e início de agosto o total de mortes chegasse a 144 (dados contabilizados até o dia 2 de agosto), ante as 12 registradas em 1º de julho. O total de infectados saltou de 2.499 para 11.104. Essa evolução transformou Campo Grande em epicentro da doença, o que levou o governo do Estado a sugerir ao prefeito Marquinhos Trad a decretação de lockdown.

Caminho inverso

A sugestão do governo não foi levada em consideração pelo prefeito, que pressionado por entidades representativas do comércio como Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), decidiu flexibilizar ainda mais as restrições de mobilidade urbana. As lojas que permaneceram fechadas durante dois finais de semana foram liberadas para abrir as portas a partir do último sábado, devendo assim permanecer até 16 de agosto, conforme decreto publicado na semana passada.

Ao mesmo tempo em que liberou o funcionamento do comércio, Marquinhos Trad reduziu o período do toque de recolher, que das 20h às 5h passou a valer das 21h às 5h. Nas redes sociais, só faltou ele convidar as pessoas para irem às ruas ao explicar a sua lógica vesga segundo a qual o número de acidentes envolvendo motociclistas que fazem a entrega de bebidas e alimentos (delivery) irá cair se menos pessoas deixassem de utilizar o serviço e passassem a se alimentar de forma presencial nos bares e restaurantes. Com pessoas nos bares, mais bebida alcoólica e mais acidentes, portanto.

Covid-19: número de mortos subiu de 12 para 144 em 30 dias na Capital

Vida normal

No sábado, o índice de isolamento em Campo Grande foi de no máximo 29%, bem abaixo dos 70% estabelecidos pelas autoridades sanitárias. Já o índice de ocupação dos leitos de UTI no Hospital Regional, referência no tratamento de pessoas com a covid-19, bateu os 100%. Mas nem mesmo essa situação serviu para alterar o comportamento de parcela considerável da população.

Ontem, o clima era de descontração em diversos bairros, com famílias inteiras passeando nas ruas, sem máscaras e sem serem importunadas, enquanto que nas principais vias da cidade, equipes da prefeitura promoviam blitzes no trânsito para, nas palavras do prefeito Marquinhos Trad, retirar veículos irregulares das ruas, motoristas sem habilitação e, dessa forma, reduzir os índices de acidentes que estão lotando as UTIs na rede de saúde da Capital.

Enquanto o prefeito Marquinhos Trad e sua equipe tropeçam na própria incompetência de lidar com a pandemia, às famílias que estão perdendo seus entes queridos para a doença só resta rezar e se conformar. Com relação ao comportamento irresponsável de parte da população que teima em não cumprir as regras de segurança sanitária, só resta lamentar.

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