29 de Março de 2024

Na pior fase da Covid-19, Marquinhos Trad relaxa regras de distanciamento

Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2021 - 12:41 | Redação

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Na pior fase da Covid-19, Marquinhos Trad relaxa regras de distanciamento

Mesmo diante do risco de o sistema de Saúde entrar em colapso em Campo Grande, conforme apontam estudos da Universidade de São Paulo (USP), o prefeito Marquinhos Trad decidiu ampliar em mais uma hora a vida noturna na cidade, permitindo que bares, lanchonetes, restaurantes e outros potenciais pontos de aglomeração funcionem até as 23h a partir de sexta-feira, dia 22. A liberação se deu por meio de decreto publicado hoje em edição especial do Diário Oficial do Município, que prorroga até o dia 6 de fevereiro o toque de recolher.

Na pior fase da Covid-19, Marquinhos Trad relaxa regras de distanciamento

Até amanhã o toque de recolher continua sendo das 22h às 5h. Mas a partir de sexta-feira passa a valer das 23h às 5h, ampliando em 1 hora festas e encontros em bares, restaurantes e similares. O Decreto nº 14.601, de 19 de janeiro de 2021, vigora no período de 22 de janeiro a 6 de fevereiro de 2021, em Regime Especial de Prevenção à Covid-19.

De acordo com a norma, fica determinado o confinamento domiciliar obrigatório em toda a cidade, estando terminantemente proibida a circulação de pessoas, exceto quando necessária para acesso aos serviços essenciais e sua prestação, comprovando-se a necessidade ou urgência.

A regra não se aplica a postos de combustíveis, farmácias e serviços de saúde, que podem funcionar em horário estabelecido no alvará de localização e funcionamento respectivo, bem como aos serviços de delivery, de coleta de resíduos e ações destinadas ao enfrentamento da Covid-19. Clique aqui e veja o decreto na íntegra.

Risco de colapso

A decisão de Marquinhos Trad de reduzir em uma hora o toque de recolher se dá justamente no pico da segunda onda de disseminação da Covid-19 em Campo Grande. Conforme demostra estudo da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP), existe o risco iminente de a Capital apresentar aumento exponencial na ocupação de leitos de UTI (Unida de Terapia Intensiva) entre esta e a próxima semana.

O caos pode se instalar e há risco de situação semelhante à da capital do Amazonas, Manaus, onde a lotação obriga que pacientes internados sejam transferidos a outros estados.

A projeção é de 9,3 mil novos casos dentro de uma semana. Se 10% desse grupo for internado, serão 930 pessoas necessitando de oxigênio e leitos. Estimativa é que Campo Grande saia dos atuais 66.686 casos e alcance 76.002 em 25 de janeiro, conforme informou ao site de notícias Campo Grande News a pesquisadora e doutoranda em Ciências da Computação Mariane Neiva, responsável pelos dados e análises relativos à Mato Grosso do Sul no site que a Faculdade mantém. Clique aqui e saiba mais.

Segundo ela, “se 10% dos casos forem hospitalizados já são cerca de 900 pessoas necessitando de auxilio hospitalar”, alerta.

Mais alertas

Para o professor da USP Domingos Alves, que também tabula os dados, “a exacerbação deve ser essa semana já, que entramos agora”, enfatizando que Mato Grosso do Sul, devido à situação em Campo Grande, é um dos estados em risco de que ocorra “algo similar ao que aconteceu recentemente no Amazonas”.  Ele diz isso porque a o sistema de saúde de MS é pequeno.

“Com isso, a intensidade da epidemia vai levar à saturação rápida do sistema de saúde”. O professor lembra que além de MS, outros 11 estados estão na mesma situação de risco. “A tendência é que o que aconteceu no Amazonas comece a se repetir nos outros estados”, sustenta.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Domingos ressaltou que “na semana que vem, vários municípios vão observar a saturação no sistema de saúde em São Paulo, Rio, Mato Grosso do Sul e no Sul. Até o fim de janeiro, os números serão indecentes”, disse.

Números alarmantes

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, até esta quarta-feira a Covid-19 provocou 1.228 mortes na Capital. De março de 2020 para cá, 66.715 pessoas foram infectadas pelo vírus. Hoje, 592 pessoas estão em isolamento domiciliar e 220 internadas. Pacientes recuperados somam 64.675 e 1.183 exames ainda não tiveram resultados divulgados.

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