25 de Abril de 2024

Bolsonaro volta a defender o não uso de máscara, mas diz que decisão não é sua

Sexta-feira, 11 de Junho de 2021 - 09:00 | Redação

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Bolsonaro volta a defender o não uso de máscara, mas diz que decisão não é sua

Após pedir para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apresentar um "parecer" para liberar pessoas vacinas ou que já tenham sido contaminada pela Covid-19 de utilizaram máscaras, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a flexibilização nesta sexta-feira, mas afirmou que a decisão final será do ministro.

"Ontem pedi para o ministro da Saúde fazer um estudo sobre máscara. Quem já foi infectado e quem tomou vacina não precisa usar máscara. Mas quem vai decidir é ele, dar um parecer", disse Bolsonaro, em entrevista na saída do Palácio da Alvorada.

Em seguida, o presidente disse que a definição "na ponta da linha" cabe a governadores e prefeitos, porque, de acordo com ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que "quem manda são eles".

Entretanto, a decisão do STF a que Bolsonaro se referir, tomada em de abril do ano passado, apenas garantiu a autonomia de estados e prefeituras para tomar decisões relacionadas à pandemia. Na mesma decisão, a Corte deixou claro que o governo federal também pode tomar medidas para conter a pandemia, mas em casos de abrangência nacional.

"Se bem que quem decide na ponta da linha é governador e prefeito. Eu não apito nada. É ou não é? Segundo o Supremo, quem manda são eles. Mas nada como você estar em paz com a sua consciência".

Especialistas criticam ideia

Especialistas em saúde pública alertam que a ideia de Bolsonaro é "totalmente inadequada" e pode contribuir para o aumento do número de casos da doença no país.

O infectologista Julio Croda, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta que as vacinas não evitam a contaminação de quem já foi imunizado. Isso significa que essas pessoas têm menos chances de contrair a forma grave da Covid-19, mas que podem transmitir o vírus.

Máscaras formam uma barreira física ao vírus, o que impede a contaminação de pessoas que não estão infectadas. Por isso, enquanto a taxa de contágio continuar alta e o percentual de vacinados estiver no nível atual, todos precisam usar o dispositivo.

"O objetivo da vacina, neste momento, é prevenir os casos graves. A pessoa imunizada pode estar protegida de ser hospitalizada e de vir a óbito, mas pode virar uma fonte de transmissão para outras. Imagina isso nos ônibus, por exemplo. Do ponto de vista técnico, é uma medida totalmente inadequada", afirmou.

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