26 de Abril de 2024

Deputado bolsonarista usou esposa de assessor para criar site atacando Doria

Sexta-feira, 15 de Maio de 2020 - 05:44 | Redação

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Deputado bolsonarista usou esposa de assessor para criar site atacando Doria

Um site que defende o impeachment do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi criado pela esposa de um dos assessores do deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP), defensor do presidente Jair Bolsonaro conhecido como “Carteiro Reaça”, segundo informações divulgadas pela revista Veja

O domínio www.placarforadoria.com.br foi criado a pedido de Gil Diniz, segundo o próprio relatou à revista. O site defende o pedido de impeachment de Doria que foi protocolado no dia 22 de abril pelos deputados Gil Diniz, Douglas Garcia, Major Mecca, Frederico D’Avila, Valeria Bolsonaro, Tenente Coimbra, Tenente Nascimento e Letícia Aguiar, todos do PSL, e Edna Macedo, do Republicanos.

Deputado bolsonarista usou esposa de assessor para criar site atacando Doria

Na plataforma há um placar que mostra quais parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) são a favores do impeachment (15), quais são contra (23) e quais ainda não se posicionaram (56).

“Fui um dos primeiros perfis verificados a falar do site. Aqui do lado da Alesp há o acampamento que pede o impeachment de Doria. Eu e outros colegas somos cobrados, nos pediram para organizar uma plataforma que compilasse a posição dos parlamentares em relação a isso. [Raphael] Azevedo, meu assessor, toma conta de minhas redes sociais, faz meus posts. Pedi a ele que fizesse o site. Paguei 40 reais do meu bolso para adquirir o domínio, e ele registrou no nome dela", relatou Gil Diniz à revista. 

Apesar disso, não há nenhuma menção no site ou na página de Facebook com o mesmo nome que as ligue ao deputado Gil Diniz.

"Quando o site ficou pronto, divulguei nos meus perfis. Não foi para esconder nada. Afinal, se eu quisesse terceirizar essa iniciativa, não estaria na linha de frente pedindo o impeachment do Doria. O intuito do site é divulgar o pedido de impeachment, porque estou engajado nisso”, se defendeu.

O  site afirma que "as ilegalidades cometidas por João Doria são várias. Mas temos um caso emblemático. Em plena quarentena - na qual os comércios permanecem fechados - o governador Doria quer a instalação de radares móveis em São Paulo. Doria gastou R$ 11 milhões em contratos sem licitação para comprar os radares. O Decreto de Calamidade Pública serve para amparar a manutenção e contratação dos serviços considerados essenciais no Estado de São Paulo. É óbvio que esse não é o caso da instalação de radares móveis. Precisamos, agora, do apoio de todos vocês para manter a pressão popular".

Contudo, o Departamento de Estradas de Rodagens (DER), responsável pelos radares, cancelou o pedido pelos radares ainda em abril, antes mesmo de Diniz e outros deputados entrarem com um pedido de impeachment contra Doria na Alesp, o que ocorreu em 22 de abril. O órgão também alega que "não utilizou, em hipótese alguma, o decreto de calamidade pública para a contratação do serviço de radares". 

O DER afirma que "o processo de contratação era anterior à pandemia do coronavírus" e "devido ao atual momento de crise do COVID-19, decidiu suspender esses contratos e publicou isso nas edições de 18 e 23 de abril do Diário Oficial. O motivo da suspensão se deve ao fato de o Governo de São Paulo estar redirecionando recursos para conter a doença".

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