09 de Maio de 2024

Lula presta solidariedade ao presidente do México após invasão à Embaixada

Embaixada do México em Quito foi invadida por policiais equatorianos

Domingo, 07 de Abril de 2024 - 09:00 | Redação

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Lula presta solidariedade ao presidente do México após invasão à Embaixada
Presidente do México, López Obrador, em reunião com Lula na capital mexicana (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, que anunciou neste sábado (6) a suspensão das relações diplomáticas com o Equador em decorrência da invasão da embaixada mexicana em Quito, realizada por policiais equatorianos.

Em publicação no X, Lula chamou López Obrador de "amigo". "Toda minha solidariedade ao presidente e amigo", escreveu Lula, compartilhando nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Na nota, o governo brasileiro diz que a invasão da embaixada "constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que dispõe que os locais de uma missão diplomática são invioláveis".

"A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização", acrescenta o comunicado do Itamaraty.

O que aconteceu

A invasão da embaixada do México pela polícia equatoriana aconteceu na noite desta sexta-feira (5). Os agentes invadiram a unidade para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava na embaixada após receber asilo político do México. Segundo a Associated Press, os policiais arrombaram as portas externas da embaixada.

Glas foi condenado a seis anos de prisão por corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht, e estava na embaixada do México em Quito desde dezembro do ano passado.

A relação entre os dois países, que já não ia bem, se complicou nos últimos dias. A crise diplomática escalou quando, na quinta-feira (4), a embaixadora do México no Equador foi declarada "persona non grata" depois do país considerar que o governo de López Obrador fez comentários "infelizes" sobre as eleições equatorianas de 2023.

Na quarta-feira (3), o presidente mexicano havia comparado o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador em 2023, à violência eleitoral que o México enfrenta atualmente. Além disso, ele disse que a então candidata de esquerda Luisa González, que perdeu as eleições, foi injustamente associada ao assassinato, chamando a mídia equatoriana de corrupta.

Na sexta-feira, o governo mexicano anunciou que concedeu asilo político a Glas, que alega sofrer perseguições da Procuradoria-Geral do Equador. Como reação a essa medida, o Ministério das Relações Exteriores do Equador disse que o México violou acordos de asilo político, e autoridades equatorianas pediram permissão ao país para entrar na embaixada e prender Glas. À noite, a invasão ocorreu.
 

Convenção internacional

Segundo a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, embaixadas, consulados e demais locais de missão de um país dentro de outro são considerados invioláveis. Tanto o Equador quanto o México assinaram a convenção ainda na década de 1960.

Por serem espaços invioláveis, a entrada de agentes nesses locais depende de autorização prévia do chefe da missão estrangeira. Isso significa que a polícia equatoriana precisaria do aval da embaixadora mexicana para prender Glas.

 

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