25 de Abril de 2024

Prefeita transforma negociação com a Santa Casa em questão política

Quinta-feira, 04 de Agosto de 2022 - 10:54 | Redação

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Prefeita transforma negociação com a Santa Casa em questão política

Desde as 7h desta quinta-feira, pelo menos 500 pessoas por dia passaram a sofrer as conseqüências da decisão tomada pela direção da Santa Casa de Campo Grande de suspender as cirurgias eletivas e atendimentos não urgentes.

A medida foi adotada para que não ocorra a suspensão total dos serviços prestados à população, já que a Santa Casa está à beira da insolvência por conta do desequilíbrio econômico e financeiro do contrato que possui com a prefeitura de Campo Grande.

A direção do hospital segue firme na disposição de rever os valores do contrato que tem com a prefeitura, já que estes vêm provocando déficits mensais milionários que se acumulam ao longo dos anos. Em função disso, reivindica aporte de mais R$ 12 milhões ao mês.

Prefeita transforma negociação com a Santa Casa em questão política

Pedido de socorro

Pelo fato de a prefeitura estar hoje com os cofres vazios, técnicos da Secretaria Municipal de Saúde solicitaram ajuda ao governo do Estado para solucionar o problema. O Executivo Estadual propôs entrar com R$ 2,5 milhões ao mês, desde que o município aportasse igual valor.

Reunião para discutir o assunto foi agendada para a terça-feira passada, 2 de agosto, no gabinete do governador Reinaldo Azambuja. Participariam a prefeita Adriane Lopes, os sceretários estaual e municipal de Saúde, membros do Ministério Público Estadual e diretores da ABCG.

Dez minutos antes de o encontro acontecer, a assessoria da prefeita Adriane Lopes solicitou o cancelamento, sem apresentar qualquer justificativa. Nem reagendamento foi solicitado. No mesmo dia, no período da tarde, a prefeitura reuniu-se com o MPE e apresentou "proposta" de aporte de R$ 1 milhão ao mês ao contrato com o hospital.

Notificada pelo MPE, a Secretaria Estadual de Saúde vai se manifestar também de forma oficial. 

Fim do diálogo

O cancelamento da reunião e o encaminhamento de proposta por meio do MPE deixou claro que a prefeita Adreiane Lopes, neófita em política, deve ter sido "aconselhada" a suspender o diálogo e a abandonar a mesa de negociações.

A politização do problema se deu para que a prefeita, cabo eleitoral de primeira hora do candidato Marquinhos Trad a governador, não venha a dividir com o governo do Estado os louros da eventual superação do impasse com a Santa Casa.

E os reflexos negativos dessa irresponsável decisão já começam a atingir a população. Por dia, ao menos 500 pessoas deixarão de ser atendidas na Santa Casa. Some-se a esse número o exército de 12 mil campograndenses que estão na fila das cirurgias.

Nem o convênio com o Governo do Estado para que essas 12 mil pessoas sejam atendidas no programa Caravana da Saúde, lançado ainda no ano passado, foi firmado pela prefeitura municipal de Campo Grande.

Greve no transporte

No início de junho, quando os motoristas do transporte coletivo de Campo Grande ameaçarem greve por tempo indeterminado após um dia de paralisação, o problema só foi resolvido após a entrada em cena do governador Reinaldo Azambuja, que decidiu bancar, mesmo sem qualquer obrigação, os custos com as passagens dos alunos da rede estadual de ensino que moram na Capital.

Agora, diante do impasse com a Santa Casa, ela decidiu isolar o governo do Estado e o próprio hospital – maior interessado na solução do problema –, abandonando a mesa de negociações e insistindo no aporte de R$ 1 milhão – que dificilmente será aceito pela ABCG.

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