09 de Maio de 2024

Candidatos do concurso da Semed acionam a Defensoria Pública

Erros crassos de português na prova aplicada e risco de prejuízos a cotistas mobilizaram os professores

Quinta-feira, 15 de Fevereiro de 2024 - 06:00 | Redação

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Candidatos do concurso da Semed acionam a Defensoria Pública
Com déficit der 2,7 mil professores, Adriane Lopes anuncia concurso para 323 vagas: pra inglês ver (Divulgação)

Candidatos às vagas de professor em concurso da Rede Municipal de Ensino (REME) de Campo Grande acionaram a Defensoria Pública da União (DPU) para garantir os seus direitos no certame realizado pelo Instituto Avalia.

Além de exigirem a correção das provas com base no que estabelece o edital no que diz respeito aos cotistas, o grupo cobra ainda uma posição com relação à má-qualidade na elaboração da prova aplicada no dia 4 de fevereiro, que em algumas questões trouxe erros crassos de português.

O encaminhamento dos candidatos à DPU foi organizado pelo vereador Juari Lopes Pinto, o Professor Juari (PSDB), presidente da Comissão de Educação e Desporto da Câmara Municipal.

De acordo com ele, além dos erros de português nas provas impressas, os candidatos estão apreensivos diante da possibilidade de não serem respeitadas pelo Instituto Avalia –, contratado pela gestão Adriane Lopes e responsável pela realização do concurso – as regras do edital relacionadas aos candidatos cotistas.

Juntamente com alguns candidatos, o parlamentar se reuniu com o defensor Vinicius Sant’Ana Rissato. 

“Como se trata de questão relacionada à prefeitura, ele nos sugeriu contatar a Defensoria Pública Estadual, o que iremos fazer, caso o Instituto Avalia não tome as providências para cumprir o que estabelece o edital no que diz respeito aos recursos dos cotistas”, disse Juari.

Erros de português

Os erros de português nas provas aplicadas também foram duramente criticados pelo vereador, que defende a anulação das questões mal elaboradas que acabaram por prejudicar os concorrentes.

Clique aqui e veja alguns dos enunciados que apresentaram problemas.

“Vamos aguardar a divulgação do gabarito oficial, já com a análise dos recursos, para definir quais as providências teremos que tomar”, informou Professor Juari.

Juari também não poupou críticas à prefeita Adriane Lopes (PP), que mesmo sabendo da necessidade de se contratar cerca de 2,7 mil novos professores, realizou concurso para preencher apenas 323 vagas.

O número é bem inferior à real necessidade, pois o certame mais recente para a contratação de professores aconteceu há 7 anos.

Déficit não será zerado

Dados do sindicato dos professores dão conta de que a REME opera hoje com o total de 7.600 professores. São 4.900 efetivos e 2.700 convocados, por meio de contratos de trabalho temporários.

O total de 323 concursados equivale a ínfimos 12% do déficit de 2.700 professores. Os educadores que serão nomeados após a realização do concurso vão custar até R$ 1,2 milhão por mês, levando-se em conta salário médio de R$ 3,8 mil pago hoje aos que cumprem carga de trabalho de 20 horas.

Por outro lado, somente com os 2,7 mil convocados, a prefeitura desembolsa hoje  algo em torno de R$ 12 milhões, entre salários e encargos. Esse dinheiro poderia ser utilizado para a ampliação do número de professores concursados.

O concurso

No total, mais de 20 mil professores se inscreveram para participar do concurso realizado pelo Instituto Avalia, do Paraná.

Das vagas em disputa, 82 são para professor de educação infantil; 120 para professor de ensino fundamental; 84 para professor de arte; 10 para professor de educação física; 5 para professor de língua inglesa; 5 para professor de língua portuguesa; 5 para professor de matemática; 4 para professor de geografia; 4 para professor de história e 4 para professor de ciências.

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