09 de Maio de 2024

Estudantes da REME voltam às aulas sem os kits escolares

Pais de alunos estão recebendo pedidos para comprar parte de materiais que custarão mais de R$ 6,8 milhões à prefeitura

Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2024 - 17:37 | Redação

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Estudantes da REME voltam às aulas sem os kits escolares
A prefeita Adriane Lopes, em janeiro deste ano, ao receber uniformes, brinquedos e jogos infantis (Divulgação)

Professores da Rede Municipal de Ensino (REME) de Campo Grande estão tendo que se desdobrar para aplicar atividades em sala de aula por conta da não entrega dos kits escolares aos alunos.

Esse é o segundo perrengue enfrentado pela comunidade estudantil no ano letivo de 2024, que deveria ter sido iniciado em 15 de fevereiro, mas que foi prorrogado para o dia 20 em função do atraso na reforma em algumas escolas e na entrega das novas salas moduladas.

O atraso na entrega do kit escolar levou a direção da Escola Municipal Geraldo Castelo a enviar aos pais de alunos recados para que estes “aceitem as sugestões de materiais solicitados pelos professores”. 

Junto ao pedido segue a lista com as “sugestões”, que incluem 6 cadernos, 100 folhas de papel sulfite, lápis, cola, borracha e apontador, dentre outros produtos.

No comunicado, a direção da escola se justifica aos pais com o argumento de que “não há previsão para a entrega dos kits escolares, segundo informações da Semed”.

Estudantes da REME voltam às aulas sem os kits escolares
Lista com “sugestões” de materiais solicitados aos pais dos alunos pela escola (Reprodução)

Custo de R$ 6,8 milhões

Os kits escolares adquiridos pela prefeitura para o ano letivo de 2024, de acordo com dados da Central de Compras do município e do Diário Oficial, têm custo previsto de R$ 6.850.901,46. Clique aqui e veja nas páginas 1 e 2 do DOM os extratos dos contratos.

Os materiais serão fornecidos pelas empresas Bignardi Indústria e Comércio de Papéis e Artefatos Ltda, Comercial Ética Educacional Ltda e CSL Comercial e Tecnologia Educacional Ltda.

O valor está R$ 1,2 milhão acima do que foi gasto em 2023, quando os produtos foram fornecidos pela Brink Mobil Equipamentos Educacionais Ltda, que recebeu R$ 5.598.184,24 do município.

A previsão da Semed é a de entregar entre 110 e 115 mil kits este ano aos alunos das 205 unidades escolares do município.

Planejamento furou

Em janeiro deste ano, quando a Semed recebeu do fornecedor os uniformes escolares, a prefeita Adriane Lopes (PP), ao reconhecer que o uniforme é um direito dos estudantes, disse que “as escolas já estão sendo preparadas para receber os alunos na volta às aulas”.

Mas a real situação não é essa. As salas de aulas moduladas não ficaram prontas a tempo e agora ocorre o atraso na entrega dos kits escolares.

Na ocasião, o secretário municipal de Educação, Lucas Henrique Bitencourt, disse que a Semed “realiza um planejamento para que os uniformes cheguem antes do início do ano letivo para serem entregues nos primeiros dias de aula”.

“A maior preocupação da Semed é ter esse planejamento bem executado”, argumentou Bitencourt. No entanto, na prática, o mesmo planejamento não ocorreu com relação aos kits escolares.

O Vox MS indagou a assessoria de comunicação da prefeitura se existe previsão para o início da distribuição dos kits escolares, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. 

O espaço segue aberto para o caso de o município mudar de ideia e se manifestar a respeito. 

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