10 de Maio de 2024

Golpista que associou ministros do STF ao crime organizado é preso novamente

Diálogo entre o réu que participou dos atos de 8/1 e polícia mostra descaso à ordem de restrição de liberdade

Segunda-feira, 29 de Janeiro de 2024 - 08:21 | Redação

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Golpista que associou ministros do STF ao crime organizado é preso novamente
Golpista utiliza estilingue para depredar imóveis em Brasília (Joedson Alves/ABr)

Um homem envolvido nos atos extremistas que visavam a aplicação de golpe militar no Brasil em 8 de janeiro teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por violar a ordem de restrição de liberdade, cujo cumprimento vinha sendo monitorado por meio de tornozeleira eletrômica. O golpista associou os ministros do STF à organização criminosa Comando Vermelho (CV).

O golpista cujo nome não foi revelado, estava em liberdade provisória desde janeiro do ano passado. Usando tornozeleira eletrônica, não podia violar a zona de restrição. No entanto, ao ser alertado de que poderia ser preso, desrespeitou servidores e xingou ministros do STF. 

Na decisão de prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes destacou que "o réu foi debochado e desrespeitoso com os servidores". De acordo com a ordem de prisão, a 1ª Vara da Comarca de Venâncio Aires (RS) noticiou em dezembro do ano passado que o réu descumpriu as medidas cautelares, como o recolhimento à residência aos fins de semana.

O homem não atendeu aos telefonemas feitos para os números de contato cadastrados no sistema, mas respondeu ao serviço de monitoramento quando feito contato via aplicativo de mensagens, conforme consta da decisão. 

Nas conversas com os servidores do órgão de monitoramento, o homem debochou da autoridade que o mandou prender e xingou ministros do STF, além de reclamar da tornozeleira.

"A conduta do réu, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo Plenário do Supremo, revela seu completo desprezo por esta Suprema Corte e pelo Poder Judiciário em geral, pois sequer se deu ao trabalho de comparecer à audiência de justificação designada pelo juízo de primeiro grau", escreveu Moraes na decisão.

Veja trecho do diálogo

Servidor(a): Ligue para o monitoramento com urgência!
Réu monitorado: Não tenho nada pra falar com você, tranquilo?
Servidor(a): Então ligue para o monitoramento, pois nós temos que falar com o senhor.
Servidor(a): Atenda a ligação.
Servidor(a): Estou lhe orientando a retornar para casa imediatamente. São 12h 35min de sábado. O sr. está violando zonas desde as 9 horas da manhã. O sr. sabe que tem que permanecer em sua residência nos finais de semana e está violando todos os finais de semana referida restrição judicial e não está adiantando lhe orientar todos os finais de semana. Este print assim como relatório de sua violação será encaminhado ao juiz. Boa tarde.
Réu monitorado: Você manda em mim, não, quem manda em mim é Deus.
Réu monitorado: Vão prender os ministros do STF, são chefes do comando vermelho
Réu monitorado: Estão do lado da bandidagem, aí vcs não vão, né?
Servidor(a): O relatório será encaminhado. Orientar o ao sr. que o sr. deve cumprir a decisão judicial é parte do nosso trabalho e estamos fazendo o nosso trabalho. Boa tarde!
Réu monitorado: Faz o trabalho de vcs que eu faço a minha parte.
Réu monitorado: Blz.
Réu monitorado: Amo vcs, beijos, te amo!

Vandalismo

Os prejuízos materiais causados pelos vândalos que se dizem patriotas no dia 8 de janeiro de 2023 passam dos R$ 22 milhões, segundo o governo federal. Os bandidos picharam paredes, quebraram vidros, incendiaram carpetes, danificaram obras de arte e furtaram objetos em exposição.

Algumas esculturas e móveis históricos não puderam ser recuperados e, por conta disso, não foram repostos aos locais de origem, nos quais ocorria a visitação púiblica.

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