08 de Maio de 2024

Assessor de Adriane Lopes recebe pela imprensa notícia de sua exoneração

Cargo de Marcos Alex passou a ser ocupado por investigada pela PF no inquérito dos atos antidemocráticos

Terça-feira, 02 de Janeiro de 2024 - 14:24 | Redação

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Assessor de Adriane Lopes recebe pela imprensa notícia de sua exoneração
Adriane Lopes, Juliana Gaioso e Marcos Alex: dança das cadeiras na prefeitura (Reprodução)

Nomeado em 11 de novembro de 2022 no gabinete da prefeita Adriane Lopes (PP) no cargo de assessor executivo, o ex-vereador Marcos Alex Azevedo Melo, que ficou popularmente conhecido como Alex do PT, foi exonerado nesta terça-feira (2) para dar lugar à comunicóloga de extrema-direita Juliana Gaioso, alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por participação em atos antidemocráticos.

Em viagem, Marcos Alex ficou sabendo da exoneração por meio de telefonemas que recebeu de amigos e colegas de trabalho. Ao Vox MS ele confirmou a situação constrangedora a que foi submetido pela prefeita Adriane Lopes, mas alega que “tecnicamente” não foi demitido.

De acordo com a publicação no Diário Oficial do Município desta terça-feira, Marcos Alex foi exonerado do mesmo cargo para o qual foi nomeado em novembro de 2022, que é o de Assessor-Executivo I, símbolo DCA-2, lotado no gabinete da prefeita.

Assessor de Adriane Lopes recebe pela imprensa notícia de sua exoneração
Nomeação de Marcos Alex no gabinete da prefeita em novembro de 2022

A substituição dele por Juliana Gaioso teria sido a fórmula encontrada pela prefeita para acalmar os ânimos dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e ao mesmo tempo atrair a simpatia da extrema-direita ao seu projeto de reeleição.

Oriundo do Partido dos Trabalhadores, sigla pela qual exerceu mandato de vereador em Campo Grande, Marcos Alex despertava desconfiança nos setores mais conservadores do Partido Progressista (PP).

A sua substituição por Juliana Gaioso é uma forte guinada à direita, mas Adriane Lopes tem um problema maior a resolver para de fato conquistar a confiança plena da direita conservadora e da extrema-direita, que foi o apoio explícito do primeiro-cavalheiro, Lídio Lopes (sem partido), ao então candidato a deputado federal Vander Loubet, do PT, nas eleições de 2022.

É justamente em função dessa desconfiança – que não será superada com a exoneração de Marcos Alex – que as chances de Lídio Lopes se filiar ao Partido Liberal de Jair Bolsonaro estão cada vez menores.

Vídeo no qual o deputado pede votos a Vander Loubet passaram a circular com frequência nas redes sociais e em grupos de WhatsApp após vir a público a possibilidade de o primeiro-cavalheiro integrar o time dos liberais. 

Ele chegou a ser convidado a se filiar ao o PL pelo deputado estadual João Henrique Catan, mas o líder do partido em Mato Grosso do Sul, deputado federal Marcos Pollon, pelo menos publicamente, não avalizou o convite, feito no dia 19 de dezembro, durante sessão na Assembleia Legislativa. 

“Ontem eu estava no Instituto Conservador Liberal e os posicionamentos do deputado Lídio aqui nesta Casa chegaram em Brasília e foi motivo de muito diálogo, de muita conversa. A cúpula do PL já está sabendo, deputado Lídio, que vossa excelência está solteiro, então vossa excelência deverá receber formalmente um convite da alta cúpula do PL e engrandecerá aqui o Partido Liberal, a nossa bancada. Se vossa excelência aceitar, seja bem-vindo ao Partido Liberal”, anunciou Catan.

Assessor de Adriane Lopes recebe pela imprensa notícia de sua exoneração
Decreto de exoneração de Marcos Alex e de nomeação de Juliana Gaioso

Quem é a substituta

Em dezembro de 2022, Juliana Gaoiso foi alvo de operação da Polícia Federal contra os atos antidemocráticos. Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na época, a comunicóloga negou ter cometido qualquer irregularidade nas manifestações em favor do golpe militar.

“Eu não sou liderança dos movimentos. A minha participação nos atos se dá como jornalista fazendo a cobertura dos eventos para a produção de um documentário. Me coloco a disposição para qualquer esclarecimento e continuarei desempenhando o meu direito constitucional de exercer o jornalismo”, explicou-se na época, segundo o blog O Jacaré.

Juliana também causou polêmica em 2020 ao postar uma foto nas redes sociais com a imagem de Nossa Senhora Aparecida em uma das mãos e uma pistola na outra. O caso causo polêmica nas redes sociais e repercutiu em todo o País, causando críticas da igreja e dos movimentos de esquerda.

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