17 de Maio de 2024

Vídeo mostra que caos na Saúde na Capital continua

Quinta-feira, 26 de Maio de 2022 - 02:00 | Redação

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Vídeo mostra que caos na Saúde na Capital continua

O caos que se instalou na Saúde pública de Campo Grande na administração Marquinhos Trad continua na gestão da prefeita Adriane Lopes. Falta de médicos e de medicamentos, filas intermináveis e horas de espera por atendimento são os principais componentes da via crucis dos campo-grandenses, que sem terem a quem recorrer, se valem das redes sociais para tornar pública a situação, que segue sem solução a curto prazo.

Na noite da última terça-feira, 24, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Tiradentes, a  espera era de ao menos três horas. A situação dramática foi registrada em vídeo e também foi constatada pelo vereador Tiago Vargas, que esteve no local a fim de averiguar a situação. Somente após a sua chegada a fila começou a "andar" e, além disso, servidores da unidade finalmente decidiram prestar esclarecimentos aos pacientes sobre a situação.

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Caos na rede

"Lá no fundo está cheio, aqui está cheio. Não é porque o vereador chegou que a a fila vai andar. Ela já etsava andando porque já tem uma quantidade 'xis' [sem citar números] de médicos que estão atendendo", disse o Guarda Municipal não identificado, que frisou diversas vezes não ter sido a "presença do vereador" a causa de o atendimento aos pacientes ter sido retomado. Apenas um médico fazia plantão na unidade até a chegada do vereador, segundo ele próprio denunciou.

No mesmo sentido se manifestou a enfermeira que se identificou como Pâmela. "Esta unidade, todas as unidades estão um caos. Todos os pediatras estão aqui e estão atendendo.  Não estamos deixando de atender ninguém e todo atendimento está demorando, em todas as unidades", disse ela, que a exemplo do guarda municipal que a acompanhava, minimizou a presença do vereador Tiago Vargas no local.

"Não é vereador, prefeito que vai chegar aqui e vai mudar alguma coisa. Eu peço a compreensão de todo mundo. Tem paciente entubado aqui desde ontem aguardando vaga [em hospital]. Não estamos menosprezando o caso de vocês, mas pedimos compreensão. Não é vereador, não é deputado que vai resolver o caso aqui na unidade. São apenas os médicos e enfermeiros. Todas as unidades e hospitais estão um caos", disse Pâmela às pessoas que há horas aguardavam atendimento.

Leitos no corredor

Durante a blitz que fez na Unidade de Saúde, para onde se dirigiu após ser informado a respeito da situação por pessoas que estavam na UPA, o vereador Tiago Vargas flagrou pacientes instalados em macas no corredor e outros acomodados em leitos em salas sem ar-refrigerado, com as janelas abertas.

Vídeo mostra que caos na Saúde na Capital continua

Mundo paralelo

Apesar de comprovado por meio de registros em vídeo e depoimentos de dezenas de pessoas que aguardam atendimento médico, o caos em que se encontra a Saúde Pública em Campo Grande não existe para o ex-prefeito Marquinhos Trad, que em seu mundo paralelo nas redes sociais vem postando uma série de "feitos" de sua gestão com o mote "Marquinhos cuidou da saúde de Campo Grande".

Num dos posts ele garante que "mais de mil profisisonais foram convocados no maior concurso público da história da cidade na área da Saúde". Na terça-feira, na UPA Tiradentes, segundo o vereador Tiago Vargas, nem todos os cinco médicos indicados na lista de plantonistas estavam no local, o que pressupõe que ou esses profissionais faltaram ao trabalho ou a quantidade deles na rede pública não dá conta da demanda.

Em outro post, Marquinhos Trad cita "convênios e mutirões para zerar filas e atendimentos" que teriam sido feitos em sua gestão. Na verdade, ele pouco fez nesse sentido. Na mais recente edição do Mutirão da Saúde realizado pelo governo do Estado, ele sequer deu conta de formalizar os convênios com a rede hospitalar que presta serviços ao município. Por conta disso, cerca de 12 mil pessoas estão hoje na fila das cirurgias na Capital.

Outras lambanças

Ainda na sua gestão na área da Saúde, Marquinhos Trad fez a retenção indevida de dinheiro de hospitais, como foi o caso da unidade oncológica "Alfredo Abrão",  viabilizado por meio de emendas parlamentares, e deixou de pagar à Santa Casa de Campo Grande recursos do SUS que hoje somam mais de R$ 30 milhões. A dívida está sendo cobrada na Justiça.

Por último, vetou projeto de lei da Câmara Municipal que previa a construção do Hospital Municipal de Campo Grande. O veto foi derrubado pelos vereadores e a unidade terá de estar em funcionamento até 2025, pois a obra foi inserida no Plano Plurianual (PPA) da prefeitura.

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