01 de Maio de 2024

Ayache não atende senadora e mantém mistério sobre contrato com otorrinos

Quinta-feira, 26 de Setembro de 2019 - 02:00 | Redação

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Ayache não atende senadora e mantém mistério sobre contrato com otorrinos

A senadora Soraya Thronicke reuniu-se com o presidente da Cassems, o médico Ricardo Ayache, com o objetivo de tentar superar o impasse entre a operadora e a Cooperativa dos Médicos Otorrinolaringologistas, cujo contrato de prestação de serviços de mais de 15 anos foi rescindido abruptamente no mês passado. Os documentos requisitados pela parlamentar não foram entregues pelo dirigente da Caixa, que ao optar por se explicar pessoalmente, não trouxe nenhum fato novo, mantendo a questão sob a mais absoluta obscuridade.

A intervenção da senadora deu-se em virtude do grande número de reclamações que ela vem recebendo de beneficiários da Cassems por conta da dispensa de 53 médicos otorrinos sul-mato-grossenses e a substituição destes por cerca de 17 profissionais importados de outros Estado.

Dinheiro público - O expediente com pedido de explicações a Ricardo Ayache foi anunciado pela senadora nas redes sociais no início deste mês. Em vídeo ela alertou os servidores para que estes “fiquem de olhos abertos”, já que a redução da qualidade dos serviços resultante da contratação de médicos de fora do Estado “está mal explicada, principalmente porque tem dinheiro público na Cassems”.

Na ocasião, ela enviou ofício à Cassems solicitando “cópia na íntegra dos documentos referentes à última alteração contratual efetuada pela Cassems na referida especialidade médica (otorrinolaringologia)”. De acordo com ela, pelo fato de a Caixa ser subvencionada por recursos públicos, deve prestar contas à sociedade sobre como gasta o dinheiro que recebe.

Explicações pessoalmente – Ontem, a senadora voltou a se manifestar nas redes sociais (Clique aqui e veja o vídeo), dizendo que foi procurada pelo médico Ricardo Ayache, que solicitou audiência. “O diretor da Cassems optou por se encontrar comigo. Apesar de não ter entregue os documentos ainda, ele deu as suas explicações. Já a cooperativa me entregou toda a documentação requisitada”, informou.

Ao salientar que está empenhada no sentido de “apaziguar os ânimos” e buscar saídas ao problema, ela novamente questionou o fato de 53 médicos otorrinolaringologistas estabelecidos há anos em Mato Grosso do Sul, “que estavam fazendo o atendimento a contento da população”, terem sido trocados por 17 médicos de fora.

Ayache não atende senadora e mantém mistério sobre contrato com otorrinos

Demanda reprimida - “Não estou julgando nem um lado e nem outro, mas sim atendendo a população que sentiu falta dos serviços, pois temos hoje menos da metade do total de médicos que estavam atendendo uma demanda muito grande no Estado inteiro”, argumentou, ao lembrar que “tem dinheiro público aí, pois o Estado arca com uma parte”.

Ao pedir um pouco de paciência aos servidores, disse estar aguardando de Ricardo Ayache os documentos solicitados. “Assim que tivermos em mãos vamos passar para vocês e ver o que pode ser feito, já que até o Ministério Público já foi acionado e temos que encontrar uma solução para o problema”, finalizou.

Imbróglio – A rescisão do contrato com os otorrinos se deu, segundo Ricardo Ayache, com autorização dos conselheiros da Cassems com o objetivo de reduzir custos. No entanto, o mesmo valor de R$ 650 mil mensais cobrados pelos 53 médicos dispensados vem sendo pago aos cerca de 17 profissionais importados de outros Estados.

A medida derrubou a qualidade dos serviços, que de consultórios e clínicas particulares passaram a ser prestados na Capital em ambulatório, por plantonistas, de segunda a sexta-feira. Já no interior, o atendimento é feito numa espécie de “caravana da Saúde”, penalizando sobremaneira os pacientes.

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