10 de Maio de 2024

Desembargador que soltou chefe de facção condenado a 126 anos se aposenta

Afastado pelo STJ, Divoncir Maran havia reassumido o cargo na quarta-feira, por determinação do STF

Sábado, 06 de Abril de 2024 - 11:51 | Redação

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Desembargador que soltou chefe de facção condenado a 126 anos se aposenta
Desembargador Divoncir Schreiner Maran: aposentadoria após suspensão do afastamento (Correio do Estado)

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubar a medida que mantinha o afastamento do desembargador Divoncir Schreiner Maran do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), o magistrado reassumiu seu cargo, mas já vai se aposentar. Isto porque completa 75 anos neste sábado (6), idade máxima para os juízes permanecerem trabalhando.

A aposentadoria dele foi publicada no Diário Oficial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul de ontem, dia 5. Divoncir é investigado pela Polícia Federal e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por facilitar a fuga de Gerson Palermo, que é chefe de uma facção e foi condenado a 126 anos de prisão.

Moraes concedeu habeas corpus ao desembargador na quarta-feira (3). Divoncir Schreiner estava afastado do TJMS desde 9 de fevereiro de 2024.

Na decisão, o ministro revogou as medidas cautelares impostas a Maran. Além de estar afastado do cargo, ele havia sido proibido de acessar o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul e de ter contato com funcionários do tribunal.

Entenda o caso

Divoncir foi suspenso do exercício de suas funções por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado também foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal no dia 8 de fevereiro deste ano.

As buscas da PF no gabinete do magistrado no Tribunal de Justiça ocorreram no âmbito da Operação Tiradentes. A medida é parte das investigações da prática de corrupção passiva e lavagem de capitais contra o desembargador.

Policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) nas cidades de Campo Grande e Bonito. 

A investigação começou a partir dos desdobramentos de decisão do desembargador Divoncir, que concedeu liminarmente, em sede de habeas corpus, prisão domiciliar condicionada à monitoração eletrônica do narcotraficante Gerson Palermo.

Palermo, além do crime de internacional de drogas, está envolvido em atos ilícitos de lavagem de capitais e organização criminosa.

Embora a decisão de Divoncir tenha sido revogada no dia seguinte por outro desembargador, Gerson palermo já havia rompido a tornozeleira eletrônica e fugido em 2020.

Até hoje ele continua foragido. A decisão do STJ ainda determinou a proibição de acesso do desembargador às dependências do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em quaisquer de suas sedes, além da comunicação com funcionários e utilização de seus serviços, seja diretamente ou por terceiros, sob pena de decretação da prisão preventiva.

As investigações contam o apoio da Receita Federal e seguem em segredo de justiça no âmbito do STJ.

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