Novo presidente do STM afirma que militar na política prejudica as Forças Armadas
Sexta-feira, 17 de Março de 2023 - 06:00 | Redação
O novo presidente do Superior Tribunal Militar, Francisco Joseli Parente Camelo, disse nesta quinta-feira (16) que é favorável a proposta da gestão Lula (PT) de proibir que militares que sejam candidato em eleições ou ocupem cargos no governo retornem para a ativa. O posicionamento ocorreu durante sua posse.
O projeto é do Ministério da Defesa e tem como objetivo “despolitizar” as Forças Armadas. “Eu acredito que realmente, na minha opinião pessoal, o militar na política não faz bem às Forças Armadas", falou Camelo. Ele comandará o STM por dois anos.
“Não é proibir o militar de ir para a política, mas ele vai ser político e deixa de ser militar da ativa. Ele vai para a compulsória, para a reserva. Eu concordo com essa proposta”, acrescentou.
O presidente Lula participou da cerimônia de posse e foi cumprimentado pelo novo presidente do STM. Joseli declarou que o chefe do Executivo federal terá a missão de “pacificar o Brasil e consolidar de forma definitiva a democracia".
"As Forças Armadas brasileiras, sob comando supremo do presidente, estarão contribuindo para a pacificação e consolidação de nossa democracia", completou.
"O presidente Lula deve governar e já está governando a todos os brasileiros - precisamos buscar harmonia. Todos nós temos a responsabilidade", destacou.
Quem é o novo presidente do STM?
Camelo serviu a Lula nos dois primeiros mandatos (2003-2010) e depois ficou quatro anos ao lado de Dilma Rousseff (2011-2014) como secretário de Coordenação e Acompanhamento de Assuntos Militares do Planalto. Ele chegou a ser convidado para ser ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, no entanto, optou por ter cargo vitalício de Ministro do Superior Tribunal Militar.
Ele é conhecido por ter sido piloto com aterrissagens em 92 países. Atualmente como presidente do STM, o ministro não pretende fazer mudanças na Corte.
Francisco Joseli Parente Camelo foi eleito presidente do STM em dezembro do ano passado. O militar demonstrou entender a desconfiança de Lula em relação ao comportamento das Forças Armadas nos últimos anos, mas deixou claro que trabalharia para que os dois lados se entendessem.