16 de Maio de 2024

Como a pandemia incentivou brasileiros a mudar de casa

Segunda-feira, 27 de Dezembro de 2021 - 08:25 | Redação

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Como a pandemia incentivou brasileiros a mudar de casa

Permanecer em casa foi uma exigência que a pandemia da Covid-19 impôs para o mundo todo. Com a esmagadora parcela de pessoas trabalhando e buscando lazer sem sair para a rua, isso despertou a vontade de mudar de cenário.

A situação caótica dos últimos dois anos fez com que muitos percebessem que não estavam completamente satisfeitos com suas questões de moradia. Inconveniências domésticas e o estresse da cidade grande pesaram na tomada de decisões.

Como a pandemia incentivou brasileiros a mudar de casa

Para não ficarem presos no mesmo ambiente de sempre, muitas pessoas alugaram casas e apartamentos em outras cidades ou estados. A maioria deles perto da natureza, como no campo ou na praia.

Já que ficar em casa era uma obrigação, que o local fosse diferente e que tivesse ares mais puros e calmos. No fim das contas, a mudança temporária se transformou em algo muito mais definitivo, e muita gente resolveu mudar de vez.

Mercado imobiliário aquecido

A pandemia afetou diversos setores de maneira negativa. Porém, o imobiliário não foi um deles. Na verdade, teve um efeito que caminhou pelo lado oposto.

De acordo com informações levantadas pela BBC News Brasil e pela seção paulista do Colégio Notarial do Brasil (CNB-SP), 336.968 transações de compra e venda foram registradas em 2020. 

Isso representa um aumento de 37% em relação aos números de dez anos antes, que tiveram 246.410 formalizações realizadas.

Para alguns corretores, 2020 foi até mesmo melhor que 2019. Segundo Daniel Paes de Almeida, esses dados podem ser vistos como uma afirmação de que o imóvel ainda é o bem mais valioso para a família brasileira.

Há quem atribua esse fenômeno de mudanças no meio de uma pandemia, no meio financeiro, a existência de uma Selic – taxa básica de juros – historicamente inferior. 

O que teria combinado a um baixo rendimento de investimentos em renda fixa e um alto risco em investimentos de ações por causa do contexto pandêmico.

Além disso, imóveis sempre foram vistos como bons investimentos para a maioria das pessoas. Apesar de um volume considerável de quem ache que pagar aluguel vale mais a pena, a maioria ainda tem o sonho da casa própria.

Mesmo com as incertezas da pandemia, aplicações em imóveis não são vistas como investimentos de alto risco. 

Casas e apartamentos também têm a promessa da valorização no futuro. Com isso, muitos buscam pela segurança a médio e longo prazo que um patrimônio tende a oferecer.

Home office

Pensando em ideias sociais, o coronavírus fez com que as pessoas se atentassem mais à qualidade de vida. Assim, perceberam que suas casas ou apartamentos no meio das cidades não estavam lhe proporcionando os elementos necessários.

O trabalho remoto também contribuiu muito. O isolamento social se apresentou particularmente difícil para quem aderiu ao home office, por mais que ainda sejam percebidas qualidades nessa modalidade.

Descansar e trabalhar no mesmo ambiente, sem poder espairecer fora de casa, se tornou uma rotina muito maçante para algumas pessoas. Alguns até mesmo notaram queda de produtividade e danos à saúde mental.

A solução foi mudar de local. Como o home office permite que o funcionário trabalhe de qualquer lugar do mundo, diversas pessoas optaram por alugar ou comprar casas em regiões que lhes oferecessem características que julgaram importantes para o momento.

Uma pesquisa feita pela Airbnb norte-americana mostrou que três tendências remodelaram as viagens em 2021: 

  • Viver em qualquer lugar;
  • Destinos hiperlocais;
  • Viagens de reconexão.

Os dados mostram que cerca de 83% dos entrevistados preferem se acomodar em outro local – que seja fora de casa – como um elemento do home office. Enquanto 20% de fato mudou de casa em algum momento da pandemia.

As práticas foram mais aderidas pelos jovens (geração Z e millennials), já que fazem parte de um público mais adepto ao trabalho ou estudo remoto. Mas é claro que pessoas mais velhas também entraram na conta.

Mesmo que o trabalho presencial já tenha voltado na maioria das empresas, existem aquelas que adotaram o sistema híbrido ou migraram para o home office de vez. 

Há também diversos cargos profissionais que permitem que o colaborador não precise colocar o pé na rua, o que facilitou a decisão de mudar de endereço.

Para fugir da agitação e dos preços salgados das grandes metrópoles, os destinos mais procurados foram cidades litorâneas ou do interior. Em ambos os casos há bastante contato com a natureza.

Quem continuou em casa

Novos hábitos também foram percebidos em quem permaneceu na própria casa. A maior permanência nos lares fez os moradores se focarem em sua real importância, procurando deixá-los nas melhores condições possíveis.

Outro fator importante foi o maior uso das dependências do imóvel e também dos aparelhos, como televisão, geladeira, máquina de lavar, computador, entre outros.

Desta forma, a procura por seguros que cobrem a proteção de casas e apartamentos, bem como serviços de assistência doméstica, também cresceram significativamente durante a pandemia.

Conforme indica a FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), esse tipo de proteção cresceu pouco mais de 6% desde março de 2019. Algumas empresas do setor verificaram crescimentos de até 37%.

Muito além da cobertura contra roubos e furtos, o seguro residencial também dá suporte para incêndios, queda de raios e árvores, explosões e danos elétricos.

A grande maioria dos planos também oferece assistência 24 horas para imprevistos domésticos, como serviços de encanamento, consertos de uma série de aparelhos e demais atividades de manutenção dentro de casa.

Essa foi a forma que milhares de pessoas encontraram para cuidar de seu bem mais precioso, o que se tornou ainda mais necessário visto as consequências da pandemia. 

Foi, de certa forma, um jeito de encontrar mais conforto e bem-estar em meio a tempos tão atípicos e difíceis.

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