16 de Maio de 2024

Pais de jovem morto com pistola de ar-comprimido pedem indenização na Justiça

Crime aconteceu em lava a jato no Jardim Morumbi, no ano passado; vítima tinha 17 anos de idade

Quarta-feira, 31 de Janeiro de 2018 - 08:06 | Redação

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Pais de jovem morto com pistola de ar-comprimido pedem indenização na Justiça
O adolescente Wesner Moreira da Silva, morto após sofrer violência em lava a jato (Reprodução)

Os pais do adolescente Wesner Moreira da Silva, que faleceu no dia 14 de fevereiro do ano passado após ter o esôfago perfurado em virtude da introdução de mangueira de ar-comprimido em seu ânus, entraram na Justiça com pedido de indenização contra Thiago Giovani Demarco Sena, 20, e Willian Henrique Larrea, 30, autores do crime. Ambos já respondem, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, a processo por homicídio doloso.

A ação foi ajuizada por Marisilva Ferraz da Silva e Valdeci Ferraz da Silva, pais de Wesner Moreira, morto aos 17 anos, vítima de “uma brincadeira”, conforme definiram, na ocasião, os autores do crime. As advogadas dos pais de Wesner, Marcela Rasslan e Katarina Figueiredo Viana, requereram indenização por danos materiais e morais, cumulada com pensão e tutela provisória de urgência antecipada.

Pais de jovem morto com pistola de ar-comprimido pedem indenização na Justiça

No total, os pais de Wesner reivindicam indenização de pouco mais de R$ 746 mil, estabelecida em R$ 477.000,00 por dano moral, R$ 268.755,24 pelo dano material e ainda R$ 600,00 de ressarcimento pelas despesas com o funeral da vítima.

Na ação, as advogadas destacam o fato de que Wesner, apesar de menor de idade, trabalhava e contribuía com o sustento da família e, além disso, seu pai, em função de ter contraído câncer, não possui condições físicas de exercer qualquer atividade laboral. 

Para se chegar aos valores reivindicados, foram levados em consideração, dentre outros aspectos, a expectativa de vida dos brasileiros – 75,5 anos, segundo o IBGE – a renda familiar estancada com a sua morte e ainda o fato de o óbito ter sido ocasionado por ato criminoso.

O crime – Na manhã de 3 de fevereiro do ano passado, por volta das 10h, Wesner se encontrava no lava a jato em que trabalhava há pouco mais de um mês, no Jardim Morumbi, na companhia de Willian Larrea e de Thiago Sena, este último proprietário do estabelecimento.

De acordo com o inquérito policial, em determinado momento Willian teria corrido atrás de Wesner, numa suposta brincadeira, alcançando-o em seguida e imobilizando-o com um abraço.

Pais de jovem morto com pistola de ar-comprimido pedem indenização na Justiça

Na sequência, Willian se dirigiu até o local onde estava Thiago, que por sua vez segurou as pernas de Wesner, que continuava imobilizado pelo cúmplice, e acionou a pistola de ar-comprimido no ânus do garoto, sobre a bermuda que ele usava. A violência só parou quando a vítima gritou que estava sentindo muitas dores e passou a vomitar e a defecar.

Ao perceber que a “brincadeira” havia passado dos limites, Thiago colocou Wesner em seu carro e se dirigiu até o posto de saúde, de onde o garoto foi transferido à Santa Casa, pelo SAMU, devido à gravidade de seu estado de saúde. Na manhã de 14 de fevereiro, após ter sido submetido a intervenções cirúrgicas, o adolescente faleceu, vítima de hemorragia provocada pela perfuração do esôfago.

Homicídio doloso – O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, aceitou denúncia do Ministério Público Estadual por homicídio doloso contra Thiago Giovani  e Willian Larrea no início de fevereiro do ano passado.

O magistrado acatou a alegação da promotoria de que os acusados “estavam cientes do potencial ofensivo da mangueira, assumindo o risco de matar, e mesmo cientes do perigo concreto que poderiam causar, inseririam a mangueira no corpo da vítima, expondo órgãos vitais à forte pressão de ar”.

Thiago Demarco e Willian Larrea respondem ao processo em liberdade.

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