19 de Maio de 2024

Sandro Benitez paga R$ 7 mil para se livrar de ação por incitar golpe

Capitão Contar e Henrique Catan optaram por não produzir provas contra si e vão encarar processo do MPF

Segunda-feira, 18 de Março de 2024 - 17:22 | Redação

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Sandro Benitez paga R$ 7 mil para se livrar de ação por incitar golpe
Sandro Benitez, Henrique Catan e Capitão Contar: apoiadores do golpe agora prestam contas à Justiça (Arquivo)

Para se livrar de ação criminal por ter incitado atos golpistas logo após o segundo turno da eleição presidencial de 2022, o vereador bolsonarista de extrema-direita Sandro Benitez (sem partido) topou desembolsar R$ 7 mil e formalizar acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

Já o Capitão Contar (PRTB), que foi candidato a governador, assim como o deputado estadual Henrique Catan (PL), ambos envolvidos no mesmo crime por terem apoiado e discursado no acampamento de bolsonaristas revoltados com a vitória de Lula em frente à sede do Comando Militar do Oeste, em Campo Grande, decidiram encarar a Justiça e não formalizaram qualquer acordo.

 O trio de bolsonaristas foi denunciado ao MPF pelo deputado estadual josé Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, que ao saber da possibilidade de ser formalizado acordo, anunciou que recorreria ao Conselho Nacional do Ministério Público caso isso viesse a ocorrer.

Essa gente tem que pagar

Para Zeca, os atos antidemocráticos em frente ao CMO e a insuflação de golpistas culminaram na tentativa de golpe e depredação nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

“Essa gente tem que pagar pelo que fez”, reclamou o ex-governador, que encaminhou outras denúncias, essas diretamente ao Ministro Alexandre de Moares, “contra a fazendeirada”, alguns de Jardim, Bela Vista, Maracaju, Aquidauana, Sidrolândia, Campo Grande e do ex-prefeito de Coxim, do MDB.

Sandro Benitez paga R$ 7 mil para se livrar de ação por incitar golpe
O deputado estadual Zeca do PT: "essa gente tem que pagar pelo que fez (Nathalia Alcântara/Midiamax)

Desembolso e tranquilidade

Com o acordo de não persecução penal, Sandro Benitez, além de pagar os R$ 7 mil, o vereador terá de aceitar e cumprir as condições impostas pelo juiz, quando então a punibilidade será extinta.

“Optei por virar a página e dedicar-me integralmente ao meu mandato e ao trabalho em prol de Campo Grande. Acredito que é importante concentrar nossos esforços em questões que beneficiem nossa cidade”, disse Sandro.

Defensor da democracia

Já Capitão Contar afirmou que a denúncia não tem fundamento, além do que “sua vida pessoal e profissional sempre foi norteada por princípios éticos e morais” e sempre será “defensor da ordem e do progresso, dos preceitos legais e do pleno estado democrático de direito”.

“Não há em meus posicionamentos pessoais ou políticos qualquer ato, fala ou fato relacionado com o objeto da denúncia. Jamais incitei crime algum e por isso não vejo razões para aceitar o benefício da transação penal proposta pelo Ministério Público Federal. Minha vida segue aberta, limpa e sempre à disposição para qualquer esclarecimento”, disse Contar.

Perseguição política

Por sua vez, o deputado Catan disse que não aceitou o acordo por ter certeza que se trata de “perseguição do deputado Zeca do PT por serem adversários dele e do presidente Lula”. O parlamentar informou que, sem receio, vai aguardar as próximas etapas do devido processo legal.

"Comparecemos à Justiça Federal e, lá, foi proposto para mim e para o Capitão Contar um acordo de não persecução penal, acordo para não instaurar o processo. Mas nós, diferentemente de outras pessoas, de outros partidos que entraram na sede da Justiça Federal e saíram de lá com medo, saímos com a certeza de que queremos que o devido processo aconteça, independentemente de qualquer embaraço. Que haja investigação e o encerramento do caso”, disse Catan.

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